12/05/2021, 23:06 h
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"Sou a primeira mulher a presidir a CE. Sou a presidente da CE, e é assim que esperava ser tratada quando visitei a Turquia como presidente da Comissão. Mas não fui. Não posso encontrar nos tratados da UE qualquer justificativa para a forma como fui tratada, pelo que tenho de concluir que isso aconteceu porque sou uma mulher. Senti-me magoada, sozinha, como mulher, ressaltou, sublinhando que o que está em jogo não tem a ver com disposição de assentos ou protocolo, mas com os valores que a UE defende, como a igualdade de gênero. Isso mostra o quão longe ainda temos que ir antes que as mulheres sejam tratadas como iguais".
Estas declarações de Ursula von der Leyen tiveram este impacto porque se trata da presidente da CE, no entanto este episódio é o reflexo da realidade dos entraves que qualquer mulher que se predisponha a ocupar qualquer cargo na política, perdão, de qualquer mulher que se destaque na política, e que os homens a tenham que a reconhecer como tal.
A mulher tem o seu lugar, porque tem que haver mulheres para cumprir a paridade, podem estar, desde que não tenham voz e se deixem instrumentalizar no cargo que desempenham, aí sim elas não só podem, como até são necessárias.
É giro porque são “escolhidas” para os cargos, e até se fazem discursos eloquentes de campanha, mas depois, só podem exerce-lo, desde que sigam as diretrizes do homem e que não abale com a sua masculinidade.
A Mulher pode estar na política, mas tem que ter os padrões de uma sociedade “sexista”e a sua conduta seja a que o homem lhe impuser.
A mulher pode fazer parte de um executivo, desde que não se destaque, seja discreta e tão simplesmente exerça as suas funções de acordo com o que este lhe ordenar, não pode ser ela, não, não tem esse direito!
E agora deixa a pensar o porquê disto tudo. Será o “medo” que o homem tem de ser ofuscado pela inteligência da mulher? Sim porque essa inteligência até é “aproveitada”, mas como sua assessora, onde aí deve usar da sua inteligência, mas fazer o homem brilhar.
Aí vêm os jogos de abate, porque não pode uma mulher fazer igual ou melhor. E então começam os rótulos e estigmas, a maledicência.
A mulher é muito mais que isso, a mulher não pode de forma alguma ser o cérebro por trás do homem, ela é muito mais que isso. Não é sombra, tão pouco é trapézio para elevar o ego exacerbado do verdadeiro macho que limitou o seu território e que mulher só entra para fazer número, mas condicionada pelo mundo masculino.
O lugar da mulher é onde ela quiser!
Celina Pereira, Comissão Politica Concelhia do Partido socialista
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