10/03/2021, 19:08 h
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“SOU MÉDICA POR VOCAÇÃO E TRABALHAR EM REDE É PARTILHA E COOPERAÇÃO!”
A Gazeta - Quantos equipamentos sociais para a comunidade sénior existem no concelho e qual a sua distribuição geográfica e quais são as suas valências?
Filomena Silva – Felizmente o nosso concelho tem excelentes instituições e, sobretudo, excelentes dirigentes e colaboradores. São estas pessoas que servem com abnegação as instituições e os seus utentes. No caso dos nossos seniores, temos a Associação Paços 2000, que tem em funcionamento, como respostas sociais, o Centro de Convívio de Modelos, o Centro de Convívio de Eiriz e Centro de Dia e Convívio de Seroa. Em Carvalhosa, o Centro Social e Paroquial de Carvalhosa tem em funcionamento o Centro de Dia, Centro de Convívio e Serviço de Apoio Domiciliário. O Centro Social e Paroquial de Ferreira integra o Centro de Dia, Centro de Convívio e Serviço de Apoio Domiciliário. Em Figueiró existe o Centro Social e Paroquial de Figueiró que tem a funcionar o Centro de Dia, Centro de Convívio e Serviço de Apoio Domiciliário. Em Codessos temos o Centro de Convívio de Codessos.
O Centro Social e Paroquial de Arreigada-Frazão tem dois Centros de Dia e dois Centros de Convívio, localizados em Frazão e em Arreigada e Serviço de Apoio Domiciliário; e em Freamunde existe o Centro Social e Paroquial de Freamunde com as valências de Centro de Dia, Centro de Convívio e Serviço de Apoio Domiciliário e ainda Estrutura Residencial para Pessoas Idosas.
O Centro Social da Paróquia de Penamaior integra o Centro de Dia e Serviço de Apoio Domiciliário e o Centro Social e Paroquial de Raimonda tem o Centro de Dia, Centro de Convívio e Serviço de Apoio Domiciliário.
O Centro Social e Paroquial de Sanfins de Ferreira dispõe de Centro de Dia, Centro de Convívio e Serviço de Apoio Domiciliário. Contamos ainda com a Irmandade da Santa Casa da Misericórdia de Freamunde com a Estrutura Residencial para Pessoas Idosas e a Irmandade da Santa Casa da Misericórdia de Paços de Ferreira, também com uma Estrutura Residencial para Pessoas Idosas e Serviço de Apoio Domiciliário.
A Gazeta - Os equipamentos existentes conseguem satisfazer a necessidade da população sénior?
Filomena Silva – Na verdade, o nosso concelho apresenta um défice elevado de vagas para utentes em valência de Lar e apoio domiciliário, centro de dia e centro de convívio. A procura tem sido maior que a oferta. Mas para colmatar estas lacunas algumas IPSS do concelho submeteram candidaturas ao Programa PARES 3.0 o que irá permitir o aumento de vagas ou a construção de Estruturas Residenciais para Pessoas Idosas. Tem sido um trabalho intenso, mas graças à colaboração entre as nossas instituições e a Câmara Municipal, Paços de Ferreira é um dos concelhos do distrito do Porto e da região com melhor resposta social a este nível.
A Gazeta - Quais são os critérios de adesão para que os seniores possam aceder aos equipamentos?
Filomena Silva – Cada instituição tem os seus regulamentos internos que, em função da capacidade de resposta, definem esses critérios de adesão.
A Gazeta - Existe cooperação entre as IPSS gestoras dos equipamentos e a Câmara Municipal?
Filomena Silva – Ah, sim! Essa cooperação é fundamental. Se assim não fosse, a mudança de paradigma, pela positiva, que registamos hoje, ao nível das diversas respostas sociais, não seria a mesma. Hoje existe um trabalho em rede muito coeso, entre as IPSS e o Município. Consequência da atual situação pandémica, este trabalho foi ainda mais reforçado, como reforçada foi a nossa cooperação.
“SOU MÉDICA POR VOCAÇÃO E TRABALHAR EM REDE É PARTILHA E COOPERAÇÃO!”
A Gazeta - Nesta fase de pandemia, como tem sido feita a articulação com as IPSS, no sentido de garantir a segurança dos utentes?
Filomena Silva – Como lhe disse, a cooperação entre a Câmara e as IPSS foi reforçada. Da parte do município temos tido o cuidado de promover reuniões regulares com todas as IPSS e o resultado é francamente positivo: há um trabalho profícuo que faz de Paços de Ferreira um concelho exemplar no apoio social às pessoas mais carenciadas e àquelas que foram vítimas desta terrível pandemia. Há uma monotorização permanente que permite saber o que cada parceiro da rede está a desenvolver e há ainda uma permanente partilha de informação. Lembro algumas das medidas que o Município implementou: o serviço de teleassistência, anteriormente desenvolvido pela Ação Social da Câmara, foi reforçado, logo no início da pandemia. Procedemos à distribuição de Equipamentos de Proteção Individual para todos os utentes e funcionários das IPSS e promovemos cursos de formação sobre a utilização de Equipamentos de Proteção Individual aos funcionários das IPSS. Além disso, o Executivo Camarário criou um fundo de emergência de apoio às IPSS que está disponível para fazer face às despesas relacionadas com a contingência COVID/ Surtos COVID. Aliás, a Câmara Municipal de Paços de Ferreira está preparada para fazer face a nova vaga da doença, se tal acontecer. Os números atuais são animadores: deixamos de ser o concelho mais afetado do país para sermos hoje aquele que mais baixou no distrito. Mas devemos estar preparados, porque uma pandemia como esta é sempre uma surpresa, embora a vacinação nos traga muita esperança.
Gazeta - Existem projetos para a construção de novos equipamentos sociais para seniores?
Filomena Silva – Neste momento estão em processo de candidatura vários projetos para o alargamento de vagas em Estruturas Residenciais para Pessoas Idosas e para a construção de raiz de projetos desta natureza. Neste momento a preocupação maior desta Câmara é impedir que haja lacunas no apoio social e evitar que haja uma pessoa em dificuldade que fique esquecida. Aliás foi com este Executivo Municipal que todos nós assumimos o compromisso de fazer de Paços de Ferreira um concelho verdadeiramente inclusivo, que integra todas as pessoas e que olha de forma especial as crianças e os idosos, franjas sociais muito afetadas e as mais indefesas em tempos de pandemia. Nessa matéria tenho orgulho em integrar uma equipa de colaboradores incansável que mesmo antes da pandemia já prestava apoio a pessoas isoladas, outras sem retaguarda familiar e outras a precisar de cuidados de saúde. É claro que isto só foi possível porque houve vontade e decisão política.
“Paços de Ferreira é um dos concelhos do distrito do Porto com melhor resposta social”
Gazeta - Enquanto vereadora responsável pelo Pelouro, que balanço faz da cooperação com as IPSS de apoio aos utentes seniores do município?
Filomena Silva - Faço um balanço muito positivo dessa cooperação. As nossas instituições estão no terreno e fazem a ponte com os utentes, com a família, com os cuidadores, com cuidados de saúde e com os serviços sociais da Câmara. Os nossos utentes seniores estão totalmente seguros, quer do ponto de vista do conforto das instalações, da nobreza do saber cuidar, da humanidade em cada ato, quer nos lares, quer nos centros de dia e centros de convívio. Estes são lugares seguros, quer física quer emocionalmente. Não nos podemos esquecer que, na pandemia que enfrentamos, este é o grupo mais vulnerável para a doença, mas também aquele que nos exige mais atenção e mais proximidade. Isto torna-se um desafio, nomeadamente, nos cuidados prestados ao domicílio. Mais do que nunca, este apoio não pode parar, sendo muitas vezes a retaguarda para a família já desgastada e sobrecarregada. Exigiu preparação dos técnicos, quanto às medidas de proteção individual, protegendo utentes e cuidadores, ultrapassando o medo. O apoio do Serviço Social do Município permitiu suplantar carências físicas, logísticas e humanas nesta crise. As brigadas comunitárias permitiram a ajuda alimentar rápida, a compra de bens de primeira necessidade, a articulação com o centro de saúde, a entrega de medicação, o apoio direto nos cuidados a prestar. Só a articulação com as IPSS nos permitiu chegar a todos. A solicitação de teleassistência para os mais isolados e fragilizados possibilitou ao Município colocar esta tecnologia em casa de mais pessoas e revelou-se decisiva no acompanhamento das pessoas, reduzindo o medo de estar só. Como sabe sou médica por vocação e profissão e, portanto, tudo fazemos para trabalhar em rede, com partilha e cooperação!
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