18/02/2021, 1:16 h
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Anunciou esta semana o presidente da Liga Portuguesa de Futebol Profissional, Pedro Proença, que vai haver uma reunião de treinadores em Março para debater vários assuntos do futebol, como por exemplo a calendarização da próxima época.
É uma medida que vem com anos de atraso, mas é muito bem-vinda. O exemplo que a UEFA dá todos os anos, através do Fórum de Treinadores da UEFA, demorou a ser seguido por Portugal, mas que seja para ficar.
O futebol português não pode mais ignorar a voz de treinadores e jogadores. Em assuntos estruturantes e técnicos, como o planeamento, as decisões não podem ficar ao cargo apenas das instituições, que gerem o futebol, ou seja, de pessoas, normalmente, que não saem dos gabinetes, e que do terreno têm muito pouca (ou nenhuma) experiência.
É certo que o futebol é um negócio e, muitas vezes, há regras e procedimentos, que se aplicam, porque a visão dos dirigentes é diferentes da dos treinadores, mas aspectos como a densidade competitiva, os jogos que antecedem ou precedem as competições europeias e os jogos de selecções, questões como o anti jogo e o tempo útil, o número de substituições e a quantidade de suplentes em aquecimento e na ficha de jogo, entre tantos outros que podia aqui especificar, serão muito melhor decididos se os treinadores principais passarem a ser tidos em conta. Até pode ser neste tipo de encontros que os treinadores, quiçá com a Associação Nacional de Treinadores convidada a marcar presença, iniciem o debate sobre só poderem treinar na mesma época uma equipa na mesma divisão, e um máximo de dois clubes, por exemplo.
Estas reuniões, que além de anuais, podiam até acontecer duas ou três vezes na época, até podem aproximar os treinadores, criar outro tipo de afinidades, que sirvam para menos picardias, para menos crispações e para um ambiente mais saudável no futebol.
A Liga tem ainda muito a fazer, enquanto que a centralização dos direitos televisivos não chega, até os clubes terminarem os actuais contratos com as operadoras. Mas Pedro Proença tem feito um belíssimo trabalho. Este passo com os treinadores é mais um exemplo. Um dia, também, podem chamar os capitães de todas as equipas. Que sirva de exemplo!
Só com este espírito de partilha de experiências dos protagonistas é que o futebol pode entrar nos eixos.
Juvenal Brandão
Treinador de Futebol UEFA Pro (Grau IV)
Licenciado em Gestão de Desporto
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