03/09/2020, 23:16 h
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Entre os dias 14 e 17 de setembro iniciaremos um novo ano letivo. Quer isto dizer que há 6 meses que estamos afastados fisicamente dos nossos alunos. Caramba, tanto tempo!!!
Confesso a minha ansiedade para ver as carinhas dos meus pequenotes de 8-9 anos. Como devem ter mudado!!! Se normalmente notamos a diferença nas férias de verão, imagino as diferenças após um semestre!
Já desisti de ler nas páginas de Facebook as angústias de professores, pais e demais sobre a reabertura da escola. E desisti porquê? Porque os únicos que não estão angustiados com isso são os pequenitos e esses são os que me interessam. São esses o “motor” que me impulsiona dia após dia. São esses a quem a escola atrás de um monitor não chega; são esses a quem estes 6 meses mais prejudicou; 6 meses de isolamento na idade infantil são uma eternidade!
Somos seres sociais e a escola acaba por ser o ambiente onde a socialização é mais diversificada e abrangente. Podemos esquecer estes 6 meses? Não dão para eliminar do calendário e das nossas vidas, infelizmente. Agora, é hora de corremos atrás do prejuízo!
Acredito que haja quem esteja com algum sentimento de alarmismo, e, atenção, que o vírus anda aí! Não julguem que o estou a desvalorizar, não quero é que ele nos aprisione!
É urgente abrir as portas das escolas e voltar a ter a criançada a partilhar momentos. Ninguém é uma ilha…
Pais, confiem: professores e funcionários vão dar o seu melhor!
Professores: tenham fé! Vamos contornar os obstáculos e sabem tão bem como eu que a nossa profissão não atinge em pleno a sua missão se não for em contacto direto com os nossos alunos.
Não deixemos que o medo nos aprisione… porque em vez de vivermos, sobreviveremos.
E, porque adoro este poema de Miguel Torga, dedico-o a toda a comunidade educativa, desejando a todos um excelente ano letivo 2020/2021. Com fé, esperança e resiliência…
Recomeça...
Se puderes
Sem angústia
E sem pressa.
E os passos que deres,
Nesse caminho duro
Do futuro
Dá-os em liberdade.
Enquanto não alcances
Não descanses.
De nenhum fruto queiras só metade.
E, nunca saciado,
Vai colhendo ilusões sucessivas no pomar.
Sempre a sonhar e vendo
O logro da aventura.
És homem, não te esqueças!
Só é tua a loucura
Onde, com lucidez, te reconheças...
Rosário Rocha, professora do AE Frazão
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