01/04/2021, 1:01 h
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A Europa está a falhar o processo de vacinação.
Paul Krugman, Prémio Nobel da Economia, escreveu no New York Times que as falhas na vacinação são “um desastre muito europeu”.
A Comissão Europeia demonstrou toda a sua incapacidade para fazer frente a uma situação de emergência de saúde pública
Não investiu suficientemente na investigação, não acautelou prioridades de compras e a sua Presidente Ursula von der Leyen já reconheceu ter feito escolhas sobre as vacinas sem compreender as dificuldades logísticas que rodeiam a sua produção e distribuição por 27 países.
A vacinação contra a Covid 19 na União Europeia é mais difícil e mais lenta que noutros países.
Segundo elementos fornecidos pelo sitio Our World in Data, na passada semana, a União Europeia tinha vacinado apenas 7,7 pessoas por cada 100 habitantes.
No Reino Unido, quase um terço dos habitantes recebeu uma das vacinas. Nos EUA foram vacinados 23% e em Israel 94,9%.
Perante este quadro, vários governos europeus decidiram garantir as suas necessidades nacionais, negociando por conta própria. Dinamarca e Áustria negociaram com Israel, enquanto Hungria e Eslováquia adquiriram as vacinas russa e chinesa.
A UE não investiu o suficiente, não acautelou prazos, negociou mal. As vacinas não são suficientes
Então porque se não demandam outros mercados?
Aqui é que se encontra o busílis da questão.
Na verdade, se a preocupação da UE fosse apenas de ordem sanitária (“vacinar, vacinar, vacinar”), sem outro critério que não o da eficácia, bastaria ir comprar as vacinas onde elas existem.
O problema é que não é apenas sanitária.
O problema reside na guerra fria declarada pelos EUA à China e à Rússia, no âmbito da qual os EUA têm vindo a pressionar os seus aliados para que não comprem artigos farmacêuticos produzidos pelos “estados mal-intencionados”.
E assim, o Governo de Portugal, fiel escudeiro da União Europeia e dos “States”, cumpre escrupulosamente, as ordens “dos legítimos superiores”.
E aguarda melhores dias.
A União Europeia começa a ficar em muitos maus lençóis, num momento em que vários países estão perto de uma nova vaga pandémica.
(E nós, continuamos a assobiar para o ar?)
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