21/03/2021, 15:36 h
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Comemorou-se recentemente o Dia Internacional da Mulher e não poderíamos deixar de assinalar esta data , que, como o Natal, se deve comemorar todos os dias, como imperativo e exigência de uma luta pela dignidade da pessoa humana, que não pode ser objecto de qualquer diferenciação de sexo ou condição social.
Há que reconhecer, e a muito boa gente custa fazê-lo, que esta diferenciação existe desde tempos imemoriais, assentando em fundamentos e princípios ideológicos, que impregnam as nossas sociedades de forma profunda, de modo que a sua libertação ou emancipação teve de assumir a forma de confronto de vária índole, assumido, primeiramente pelas mulheres, mas a que vêm, cada vez mais, associando os homens, como condição indispensável para o seu triunfo.
Trata-se de uma luta , e acentua-se esta palavra, para fazer sentir que é claramente disto que se trata, não podendo ser confundida ou substituída por formas folclóricas (festinhas, jantares, ramos de flores) ou por movimentos redutores , com os excessos do novo riquismo ideológico e linguístico do politicamente correcto, encabeçado por celebridades de vários matizes.
Do direito de voto, do reconhecimento de normas consagradoras da maternidade e da sua protecção, do acesso à educação e ao emprego, sem discriminação funcional ou retribuitiva , do direito de dispor do corpo – é todo um vasto programa que mulheres e homens terão de executar em conjunto, dada a estruturação da sociedade, virada essencialmente para a exploração e maximização do lucro, só a muito custo aceitando limitações de ordem humana e social.
A actual situação das mulheres tem vindo a sofrer agravamentos e retrocessos, que não são de hoje.
Tem havido uma série de ataques aos direitos das mulheres em diversas vertentes. Ataques aos direitos e aos rendimentos, agravando as suas condições sócio económicas . Sempre houve desculpas para não cumprir a legislação do trabalho, ao salário igual, aos mecanismos de protecção e prevenção da violência doméstica. Muitas têm sido as desculpas para não se cumprir a legislação e garantir a igualdade na lei e na vida.
A pandemia veio acentuar as desigualdades e as dificuldades sentidas pelas mulheres, colocadas em casa com salários baixos ou sem salários, em conciliar a vida familiar com a vida profissional, com a sobrecarga de somar a actividade familiar com a assistência à família- filhos, ascendentes ou outros familiares.
Assim, também hoje é Dia da Mulher. E amanhã.
(Edição de 18 de Março)
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