18/09/2020, 20:39 h
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A retoma das atividades económicas e escolares, após um período de férias, vem acompanhada pela imposição de um regime de contingência, que visa reforçar a salvaguarda da saúde pública, mas acentua significativamente múltiplas restrições à movimentação de pessoas, ao exercício de atividades e respeito da privacidade, ao mesmo que destapa desigualdades e carências fundamentais desta desigual sociedade portuguesa, que os arautos do sistema têm procurando esconder, desviando a atenção dos cidadãos para questões menores e de entretenimento.
O medo , cínica e cirurgicamente, propagado a propósito da pandemia, que já causou danos irreparáveis, acrescido agora pelo “anúncio” de uma eventual segunda vaga pandémica, terá , no entanto, de ser combatido a nível colectivo, pela prossecução de políticas corajosas no domínio da saúde (que não se poderá limitar a palhaçadas do tipo homenagem aos heróis com um evento desportivo) e por cada um de nós, com o cumprimento rigoroso das orientações e determinações das autoridades de saúde, por muito que estas conflituam com o nosso normal modo de viver.
Essa celeuma acabou por ter o condão de demonstrar a determinação política desses setores sociais, que, na sua ação concreta, apontaram novos caminhos de esperança para um futuro melhor.
Um rigor e uma disciplina de que deram exemplo categórico algumas iniciativas de ordem colectiva, que antes da sua concretização tanta celeuma criaram, fazendo vir ao de cima problemas estruturais e preconceitos sedimentados na sociedade portuguesa, que há muito deveriam estar erradicados, e que provocaram confrontos políticos perfeitamente evitáveis.
No entanto, e por ironia, ou talvez não, essa celeuma acabou por ter o condão de demonstrar a determinação política desse setores sociais, que, na sua ação concreta, apontaram novos caminhos de esperança para um futuro melhor, apesar das ameaças pandémicas, que outros, clamando muito, na sua acção concreta, só deixaram rastos de incapacidade, incompetência e irresponsabilidade.
A luta contra o vírus e a nossa luta pela vida passa , assim, pelas autoridades públicas, com medidas políticas de reforço dos serviços públicos de saúde, mas também por cada um de nós, na assunção plena das nossas obrigações, como pessoas responsáveis e agentes de uma democracia permanentemente revitalizada.
Alvaro Neto
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