11/08/2021, 9:15 h
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Eram umas 15h de domingo, 31, e eu continuava sentado a ser picado nas artérias (medição do oxigénio), injetado através do cateter (antibiótico e corticóides), a respirar o «dito dos Alpes», a inalar de seis em seis horas dos pufs (inaladores ou bombas), sabendo já que tinha indicação de internamento, mas continuando à deriva no alto mar, pois o meu telemóvel tinha deixado de ter carga, não tinha levado carregador, e continuava numa ansiosa expetativa.
Eis senão quando… aparece-me a médica a dizer-me que já tinha estado com o meu Pedro (o meu médico assistente), a quem eu tinha indicado desde o início como o meu único ponto de contacto fosse para o que fosse. Que ele estava a o corrente de tudo e que já tinham a indicação de que eu ia ser internado no Egas Moniz.
Um alívio maravilhoso: saber-me localizado, não perdido, e que a passagem pelo covidário estava a chegar a seu termo!
Bom, mas ainda foram mais umas seis horas. Só lá para a noite, de facto, saí dali. Ouço alguém a chamar:
– Francisco Ribeiro para o Egas.
Levanto o braço:
– Não será Eduardo Ribeiro?
Era. A médica aproxima-se de mim, sorridente, e diz-me:
– Como é tão bom verificar que certos doentes funcionam ainda melhor do que nós da cabeça.
Um desabafo mais do que natural; só não percebe a tensão em que trabalham aqueles profissionais quem é burro ou desatento.
Por isso também sorri, mas lá no fundo a pensar que quem iria era o «Francisco» e não o «Eduardo». Apre! Olho vivo e pé ligeiro! Sobretudo para quem, como os covideiros daquele pavilhão, de ligeireza no pé nada tinham!
Eduardo Ribeiro, Licenciado em Direito Aposentado
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