04/02/2021, 1:02 h
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O FC Famalicão confirmou a saída do seu treinador, João Pedro Sousa, após a derrota frente ao Nacional (2-1).
Na base da decisão estão os maus resultados da equipa: 14 pontos em 16 jornadas, fruto de 3 vitórias, 5 empates e 8 derrotas.
Ao analisar estes números, a frio, torna-se compreensível a decisão, mas contextualizando-os, facilmente, chegamos à conclusão que não há grande fundamento na saída do treinador.
O FC Famalicão chegou à primeira liga na época passada, altura em que chegou também João Pedro Sousa. O plantel foi construído com a chegada de muitas caras novas, grande parte por empréstimo.
A equipa fez uma época bem acima das expectativas para uma equipa acabada de subir de divisão e falhou o apuramento para a Liga Europa nos últimos minutos do último jogo do campeonato, ficando, portanto em 6º lugar.
Esta época, as expectativas eram elevadas.
Contudo, saíram 14 jogadores no mercado de Verão, pelo que teve de se construir um plantel quase do 0. A qualidade diminuiu e os resultados foram afetados por isso.
Em janeiro, mais dois jogadores provenientes da época passada saíram.
É verdade que chegaram cinco, de qualidade reconhecida, mas que ainda não tiveram tempo de assimilar todas as ideias do treinador.
O FC Famalicão está a pagar a fatura de não conseguir fazer chegar jogadores de igual qualidade dos que saem e pela aposta em jogadores emprestados.
Como sempre, por erros administrativos, paga o treinador.
Em Portugal, querem-se resultados imediatos, mesmo quando não se dão as condições necessárias aos treinadores. Não há paciência nem se podem esperar projetos de longo prazo.
O FC Famalicão não é o primeiro exemplo e, infelizmente, não será o último.
O Moreirense, por exemplo, já vai no terceiro treinador.
Torna-se importante implementar a medida que impede o mesmo treinador de representar duas equipas do mesmo escalão, na mesma época. Talvez isso faça os dirigentes repensarem os despedimentos.
Em Portugal, despedir um treinador é demasiado fácil. A dança das cadeiras já é prática habitual, todas as épocas, e não há nada que a impeça.
Pedro Queirós
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