08/05/2021, 9:50 h
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Tinha previsto escrever sobre a Superliga Europeia. Contudo, e felizmente, tratou-se de um projeto tão absurdo e mal preparado que terminou quase tão depressa como começou. Não podemos dizer que terminou, porque esta história vai ter mais capítulos, mas está suspenso.
Assim, prefiro escrever sobre algo que contribui de forma positiva para o futebol.
O Norwich está de regresso à Premier League. Após descer de divisão na última época, bastou um ano no Championship para que os canários conseguissem voar novamente até ao principal escalão. A notícia, por si só, não acrescenta nada. Era até esperado que o Norwich fosse um candidato a subir, dado que conta com um plantel de qualidade e manteve grande parte do núcleo duro, que não conseguiu a manutenção na Premier League.
O facto que esta promoção realça é que tanto a subida, há dois anos, como a descida na época passada, como esta recente promoção, foram feitas pela mão do mesmo treinador, o alemão Daniel Farke.
Não basta apregoar que as equipas devem ter projetos a longo prazo, é sempre necessário prová-lo. O futebol vive de factos. E o Norwich é a prova que a confiança no projeto pode dar bons resultados.
Nem sempre a culpa dos maus resultados é do treinador. Desta forma, acredito que o Norwich esteja bastante mais preparado para os desafios que vai encontrar na próxima época. Não posso – nem devo -, fazer futurologia e dizer que a manutenção vai ser alcançada de forma fácil. Acredito apenas que toda a estrutura do Norwich está melhor preparada. E isso deve-se ao facto de manter jogadores e treinador por um longo período de tempo, mesmo passando por maus resultados.
Em Portugal, algo deste género seria impossível. E temos o exemplo do Nacional para o provar, um clube que subiu esta época, estava fora dos lugares de descida e despediu o seu treinador, Luís Freire, depois de seis derrotas consecutivas. Chegou Manuel Machado e, em quatro jogos, somou quatro derrotas. O problema, na maioria das vezes, está nos escritórios e não no campo.
Pedro Queirós
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