15/07/2021, 11:02 h
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A certa altura trazem-me para a minha direita um senhor que vinha da Ortopedia. Uma queda no Lar tinha-o levado até àquelas paragens do Restelo.
– Não o ponhas aí, não está infetado.
Mas pô-lo, ao lado da botija de oxigénio, que não iria usar…
Ali ficou. A certa altura, vêm da Ortopedia com todo o processo dele, com alta clínica, recomendam-lho vivamente e metem-no num dos bolsos. Fica então o homem à espera que a ambulância do Lar da Brandoa o venha buscar. Que bom!
Porém, o tempo passa e nada… e nada…
Eis que uma enfermeira decide que precisa daquele lugar junto ao oxigénio para um senhor acabado de chegar, que bastava olhar para ele para ver que tinha acabado de sair das profundezas do Planeta-Mãe da Bicheza, num tom esverdeado-rosado que não lhe ficava nada bem.
Agarram no pobre homem da Brandoa e querem-no mudar mais para o centro, a uns três metros.
O problema é que o homem era deficiente, não se mexia mesmo. Por alguma coisa teria dado a queda no lar… A decisora e uma ajudante agarram nele e lá o vão puxando, empurrando, sem qualquer colaboração dele para a locomoção, tentando sentá-lo numa cadeira a três metros. O homem aflito a queixar-se, que não se movia.
– Então e lá no Lar, como faz?
– Tenho apoios, suportes.
Debalde, foi sendo levado à força (Ah meu Deus que não sou paga para isto!), e lá ficou sentado… à espera da viatura da Brandoa. Nunca mais o vi. Quanto tempo terá ele ficado – sem covid – pela ambulância? Nem quero pensar.
Alô, Brandoa!
Eduardo Ribeiro, Licenciado em Direito, Aposentado
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