07/12/2020, 22:59 h
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Os efeitos adversos dos tratamentos antineoplásicos, em particular da quimioterapia, condicionam a qualidade de vida (Qdv) do doente oncológico podendo também por isso comprometer a continuidade e eficacia do tratamento.
Peritos na área da oncologia incluíram recentemente a acupuntura nas suas guidelines para o tratamento de náuseas, vómitos, fadiga e afrontamentos, nomeadamente o National Comprehensive Cancer Network e a European Society for Medical Oncology.
Com o objetivo de avaliar o seu efeito na QdV de doentes sob quimioterapia, no Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia/Espinho, realizamos um estudo de coorte prospetivo, no qual sou investigadora principal, com o apoio do Núcleo Regional Norte da Liga Portuguesa contra o Cancro e da Escola Superior de Saúde Norte da Cruz Vermelha.
Entre janeiro e dezembro de 2018, participaram 69 doentes, que foram submetidos a 12 sessões de acupuntura semanais durante os tratamentos de quimioterapia. A QdV foi avaliada com o questionário EORTC QLQ-C30 antes e após as 12 sessões de acupuntura. Até à data, foi analisado o subgrupo de 30 mulheres com cancro da mama.
Com idade mediana de 49.5 anos [38-75] e ECOG-PS 0-1, a maioria tinha doença em estadio inicial, sendo que uma doente estava em estadio IV. Não se verificou variação da QdV ao longo dos tratamentos, ou seja ao fim de 12 semanas de quimioterapia acompanhada de sessões de acupuntura, o sub grupo em questão não percepcionou diminuição da sua Qdv.
Entendemos por isso que a acupuntura constitui uma abordagem eficaz na resolução de sintomas associados à quimioterapia.
Mas, tal como em todas as áreas científicas, é necessário que se continua a produzir investigação séria, isenta e de larga escala de forma a aumentar a evidência em torno desta área.
Manuela Santos, Especialista em Medicina Tradicional Chinesa
Licenciada em Enfermagem https://clinicamanuelasantos.com
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