20/12/2020, 15:51 h
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Os egípcios acreditavam que na luta entre o deus Hórus e o seu tio Seth estaria a origem da variação do dia e da noite ao longo dos dias do ano. Hórus era o deus da Luz, enquanto o Seth era o deus das trevas, e todos os dias brigavam numa batalha eterna. Quando Hórus estava em vantagem nesta guerra, os dias ficavam maiores, e quando Seth se superiorizava, a noite tornava-se rainha. No próximo dia 21 de dezembro, o solstício marca o início do Inverno com o dia mais curto ano, o dia da grande vitória das trevas do deus Seth. O medo, a fome, a escuridão e a morte são os grandes vitoriosos neste dia em que Hórus se deixa vencer e o dia se torna fugaz, tornando a vida difícil. A guerra continuará e Horus há-de igualar Seth em Março, no equinócio, e triunfar de forma inequívoca no solstício de verão!
Os judeus que viverem em cárcere no Egito conheciam esta história e eram sabedores dos conhecimentos científicos sobre a translação da Terra dos egípcios. Desta forma as suas festividades, e as festividades dos cristãos (seus descendentes) seguem esta lógica da luz e da escuridão da lenda de Hórus e Seth. A Páscoa judaica e cristã são celebradas junto ao equinócio, o dia em que a luz supera as trevas, e o Pentecostes cristão coincide com o solstício de verão, com a ascensão de Jesus aos céus em toda a Sua Glória e triunfo, assim como Hórus exibia a sua mais abundante vitória sobre a escuridão.
O festejo do Natal, quatro dias depois da escuridão do solstício de inverno, num dia em que a luz dá um pequeno sinal de começar a aumentar, representa precisamente a esperança da Humanidade naquela pequena luz, ou naquele pequeno menino cheio de graça que poderá salvar o mundo. Este simbolismo esquecido no tempo continua sempre presente a cada Natal na esperança renascida de cada dia 25 de dezembro, permitindo que cada um de nós acredite que esta luz nos iluminará o caminho para a vida. E é naquele menino que nasce em forma duma pequena luz que esquecemos diferenças, sonhamos um futuro melhor para todos e no qual colocamos toda a nossa esperança.
Na Coreia existe um costume antigo chamado Doljabi que consiste na festa do primeiro aniversário duma criança. Neste ritual são colocados à sua frente vários objectos, e mediante o objecto que a criança se interesse mais e apanhe primeiro, prevê-se o seu futuro. Caso agarre dinheiro então será rica, se apanhar um livro será muito inteligente, se apanhar um fio terá vida longa, etc. Este costume inusitado apesar de ter uma origem diferente da cultura egípcia e judaico-cristã, levou-me a conjugar uma curiosa metáfora. Imaginem que se coloca à frente daquela pequena criança em que depositamos toda a nossa esperança vários objectos para que possa escolher um. O objecto que escolher definiria o nosso novo ano…
Se assim fosse, sabemos já que a escolha em 2019 não foi a melhor… mas neste Natal com a esperança renovada, vamos acreditar que o menino, a pequena luz irá escolher por exemplo uma flor dando ao próximo ano muito vida e muita felicidade para todos!
Um feliz Natal para todos e um 2021 cheio de luz e felicidade!
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