28/09/2024, 0:00 h
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Desporto Opinião Pedro Queirós
DESPORTO
Por Pedro Queirós
COMENTÁRIO DESPORTIVO
A reformulação das competições europeias e do Mundial de Clubes são exemplos perfeitos do que tem sido feito por quem manda - leia-se FIFA e UEFA -, para captar ainda mais a atenção de patrocinadores e operadores televisivos para aumentar a receita. Rodri, médio espanhol do Manchester City, já falou publicamente sobre o assunto e já tem apoiantes.
É claro que vem ao de cima a conversa do costume. “Se eu recebesse 1 milhão por mês, corria o mês todo atrás da bola” e coisas dentro deste género. Há que perceber um ponto que me parece importante: os jogadores não estão a reclamar por terem de jogar mais. Estão descontentes porque o aumento do número de jogos obriga a mais treinos, mais estágios e mais viagens e, consequentemente, menos folgas, férias e menos tempo com a família.
Os jogadores de hoje não têm mais jogos do que os futebolistas de há 10 e 20 anos. É um facto que o estudo do Observatório do Futebol ajuda a perceber. Há um outro facto que pode ser relevante numa novela que pode preencher o horário nobre dos próximos tempos: os mais “queixosos” jogam na Premier League. A liga inglesa tem o campeonato mais visto pela generalidade dos adeptos, goza de um estatuto interno bastante vantajoso para as equipas que a disputam e tem pouco interesse noutras competições que lhe retirem protagonismo e, sobretudo, receitas. Quando, há uns tempos, se falou na SuperLiga Europeia, foi de Inglaterra que se começou a travar o avanço dessa competição.
O grande problema das novas competições está assente na facilidade em juntar as melhores equipas do mundo para, entre si, disputarem alguma coisa. Isso mata os grandes jogos porque os vai banalizar a curto prazo. Quem está no futebol de alto nível, tem certamente um vencimento de sonho para qualquer “comum mortal”. Não queiram ir com demasiada sede ao pote, porque ele pode acabar por partir. Se os jogadores realmente avançarem com uma greve (o que eu não acredito) vai ser o maior abre olhos de sempre. Eles podem querer muita coisa, mas sem palhaços não há circo.
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