"Promessas

As pessoas fazem constantes promessas umas às outras. Vivem numa espiral de palavras às quais se dedicam inteiramente. Crêem no que dizem, no que propagam, no que asseveram. 

Prometem que se vão amar para sempre.

Prometem que ficarão juntas para sempre.

Prometem que não voltarão a errar.

Prometem que se vão esforçar por ser melhores. Hoje talvez não, mas amanhã. Porque amanhã é sempre um novo dia e um bom dia para recomeçar. 

Prometem que as dificuldades não as farão recuar.

Prometem que na próxima semana serão mais felizes do que o são agora. Porque agora não teem aquele contrato de trabalho, aquele carro topo de gama, aquela roupa de marca. Mas estão a trabalhar para isso. Dedicam os dias a pensar e a refletir sobre aquilo que vão ter no futuro, esquecendo-se de apreciar o que têm no momento presente. 

E quantas dessas promessas caem em saco roto? Quantas dessas promessas ficam perdidas numa estrada sem saída? Num lugar triste e solitário? O mesmo lugar onde morrem sonhos, histórias e amores. 

No entanto, o mais importante de uma promessa talvez não seja se ela é realmente cumprida, mas sim se quem a pronuncia fá-lo de coração.

O mais importante de uma promessa é, acima de tudo, o desejo e a fé daquele que a faz, no exato momento em que a faz. 

Talvez a maioria das promessas acabe por se perder num canto empoeirado da memória, onde se perdem tantas outras coisas. Talvez a maioria das promessas nunca passe disso, de uma promessa, de um conjunto de palavras sem grande força ou significado. Mas se a promessa vem de dentro, do sítio bonito onde nascem os sentimentos, então a fé de quem promete vale mais do que tudo o que possa ser concretizado."

Letícia Brito

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