17/07/2025, 10:23 h
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Destaque Editorial Álvaro Neto
EDITORIAL
Por Álvaro Neto (Diretor da Gazeta de Paços de Ferreira)
Foram confirmadas pelo Tribunal Penal Internacional as acusações de crimes de guerra e contra a humanidade praticados por Israel.
Foram emitidos mandados de captura de Netanyahu e do seu antigo ministro Yoav Gallant.
Foi aberta a investigação pelo Tribunal Internacional de Justiça sobre o crime de genocídio.
Todos os dias morrem dezenas, centenas de civis, nomeadamente mulheres, crianças e idosos.
Mata-se indiscriminadamente.
Pelas mais variadas formas: à bomba, a tiro, pela fome.
Pela recusa de cuidados a civis.
Pela proibição de entrada de ajuda humanitária.
Pela “ajuda humanitária” /armadilha.
O número de mortos já ultrapassa os 58.000 e o de feridos os 138.000.
Para que Israel se defenda…até ao último elemento do Hamas- argumentam (cinicamente) Israel e os seus aliados ocidentais.
Mas este cinismo dominante choca, de quando em vez, com a “sinceridade de” de outros.
Que falam em “limpeza do território”.
Para a construção de uma Riviera em Gaza: prazer para endinheirados, oportunidade de negócio para construtores civis.
O “negociante” Donald Trump “diverte-nos” com a sua crueldade.
A Europa, que tanto se tinha vindo mostrando ciosa dos seus valores democráticos e de liberdade e defensora dos direitos humanos, curva-se respeitosa e assiste impávida e serena a este morticínio.
Os valores da Europa mostram assim a sua real natureza: uma pura e simples hipocrisia.
(Excepcione-se a Espanha e a Irlanda)
Critica-se quando são os “outros”, cala-se e vira-se a cara para o lado quando são “os nossos”.
Assim, a Europa perdeu toda a sua autoridade moral.
Cá no nosso Portugal, com toda a “naturalidade”, aguardam-se indicações superiores para se endireitar a espinha.
Mas o mundo ocidental, sob a batuta trumpiana e o condicionamento lobístico financeiro israelita, não se limita ao silêncio.
Produz a sua doutrina comunicacional, cuja cartilha é de seguimento obrigatório, tentando calar todos que ousem pronunciar-se a favor da causa palestiniana e a pugnar pela defesa dos direitos humanos dos palestinianos.
As televisões são os templos da Era Moderna.
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