21/10/2021, 0:00 h
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Em edições anteriores foi abordado o tema da Perturbação de Personalidade (PP) Borderline que se enquadrava no grupo B das PP - dramáticos, imprevisíveis e impulsivos. De seguida será abordada a PP Antissocial, também ela inserida nesse grupo.
Antes de mais é importante relembrar que as PP consistem em padrões de experiências internas e comportamentos maladaptativos que afetam significativamente o indivíduo.
No caso da Perturbação de Personalidade Antissocial (PPA), esta tem uma prevalência estimada de 1-4% na população geral, sendo mais frequente no sexo masculino (3 a 5 vezes mais). A etiologia é multifatorial, sendo que a teoria mais aceite consiste na interação genético-ambiental. Em relação aos fatores ambientais, são de destacar as experiências adversas na infância como história de abuso, dinâmica familiar disfuncional e qualidade das relações com os pares precária/prejudicial.
Esta patologia caracteriza-se por um pensamento enraizado que se concentra na irresponsabilidade social, com comportamentos delinquentes e criminosos, sem remorso ou arrependimento. O desrespeito e a violação dos direitos dos outros são manifestações comuns desta PP e outros indícios deste diagnóstico consistem no desrespeito pela lei, incapacidade em manter um emprego consistente e manipulação para ganho pessoal.
Os indivíduos com PPA têm ainda incapacidade de formar relacionamentos estáveis e um risco aumentado de contrair determinadas doenças infeciosas, como doenças sexualmente transmissíveis - associadas a comportamentos de alto risco -, bem como taxas de morbimortalidade aumentadas devido a acidentes, lesões traumáticas, suicídios e homicídios.
De acordo com o manual diagnóstico, podemos diagnosticar uma PPA quando existe um padrão generalizado de violação e desrespeito pelos direitos dos outros, desde os 15 anos; a ocorrência de comportamentos antissociais não pode ter ocorrido exclusivamente durante episódios de descompensação da psicose esquizofrenia ou doença bipolar. Contudo, o diagnóstico não poderá ser realizado antes dos 18 anos – única PP que isto acontece.
O tratamento deve ser iniciado nos adolescentes com perturbação de conduta, uma vez que uma grande percentagem destes adolescentes pode evoluir para PPA. No adulto, o tratamento deve ser realizado em regime de ambulatório incidindo sobretudo em psicoterapia específica. O tratamento farmacológico tem como objetivo principal o controlo de impulsos e da agressividade.
Endereço: R. do Sardoal 151B, 4810-546 Guimarães
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