Por
Gazeta Paços de Ferreira

10/05/2025, 9:48 h

21

Um futuro sem visão

Opinião Opinião Politica Política

OPINIÃO POLÍTICA

"Caso as sondagens estejam corretas este ano, a composição da Assembleia da República não se alterará muito e a instabilidade mantém-se. Mas será que existe alguma forma de, no futuro próximo, o cenário se alterar?"

Por Filipe Rodrigues Fonseca (Engenheiro Informático e Militante do Livre)

 

Sem conseguir completar um ano de governo, a moção de confiança de Luís Montenegro foi chumbada e o país voltou a eleições. A instabilidade política em Portugal continua, pois a coligação AD só estava no governo após uma queda de mandato de uma maioria absoluta do PS. Caso as sondagens estejam corretas este ano, a composição da Assembleia da República não se alterará muito e a instabilidade mantém-se. Mas será que existe alguma forma de, no futuro próximo, o cenário se alterar? 

 

Com o chumbo da moção, este é o segundo governo consecutivo que cai por um motivo diferente do Orçamento de Estado. Tanto António Costa como Luís Montenegro “caíram” por falta de confiança nos mesmos, e não por questões ideológicas sobre o rumo que Portugal deve tomar. Muitos portugueses demonstram falta de confiança nos partidos do poder, o que justificou um aumento da extrema-direita que se aproveita deste sentimento de forma veroz. Parece que, em Portugal, a política começa a definir-se não por quem defende as melhores ideias, mas sim por quem as pessoas desconfiam menos, o que é o primeiro passo no enfraquecimento de uma democracia. 

 

 

 

 

Nenhum dos três maiores partidos da atualidade apresenta novidades na visão para o futuro do país. Tanto PS como a AD, apesar das suas diferenças, ficaram presos na máquina do tempo e não conseguem oferecer uma visão de longo prazo, apenas repetir os chavões já habituais de ambos os lados. Já o Chega nem uma visão a curto prazo apresenta, defendendo num dia uma medida e criticando-a no dia seguinte, como se de uma caravela ao embalo das ondas se tratasse. Mas estas não são as únicas opções no boletim de dia 18, havendo muitas propostas diferentes que merecem a atenção dos eleitores. 

 

Portugal precisa de políticas estáveis, que não só resolvam os problemas a curto prazo mas que criem raízes que floresçam no futuro. A especulação imobiliária só é combatida com uma presença forte do Estado no mercado imobiliário e com foco em cooperativas habitacionais. Um sistema de saúde público só consegue responder aos portugueses com forte investimento em estruturas e nos seus profissionais. Um aluno só consegue ter uma boa educação com a reestruturação do sistema de ensino tradicional. 

 

No dia 18 o cenário político pode não ser alterado, mas isso não significa que toda a esperança esteja perdida. Um bom futuro para o país tem de passar por uma visão a longo prazo, não do conjunto de remendos atual. O foco numa visão de futuro alternativa à deste ano é possível, basta apenas acreditarmos na mesma.

 

 

ASSINE A GAZETA DE PAÇOS DE FERREIRA

Opinião

Opinião

BREVE ESCRITO PÓSTUMO

10/05/2025

Opinião

Pedro Nuno Santos: A Escolha Certa para Continuar a Transformação do País – Com Humberto Brito como Voz da Nossa Região

10/05/2025

Opinião

Morto-vivo

10/05/2025

Opinião

25 de Abril e 1.º de Maio: A Força da Luta Popular nas Eleições de Maio

10/05/2025