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Gazeta Paços de Ferreira

19/02/2022, 0:00 h

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Todos devemos ser feministas

Cultura

No livro, podem ler-se, em diferentes contextos, exemplos de desigualdade de género, alguns deles vividos pela própria autora na sua comunidade, mas que transcendem um pouco à realidade de todas nós

Uso como título deste artigo de opinião o mesmo título do primeiro livro que li sobre a temática. A autora é a escritora nigeriana Chimamanda Ngozi Adichie, um nome firme na luta feminista, com vários livros editados e distinguida com diversos prémios. Considerei que seria um nome e um livro adequados para, em jeito de celebração antecipada do dia da mulher, escrever sobre feminismo.

 

Para perceber um pouco melhor o que significa a palavra feminismo, reproduzo o que consta no dicionário da língua portuguesa: “(...) defesa dos direitos das mulheres, com base no princípio da igualdade de direitos e de oportunidades entre os sexos”. Realço que a luta e/ou movimento feminista envolvem mulheres e homens, e que ambos devem estar unidos na construção da equidade social.

 

No livro, podem ler-se, em diferentes contextos, exemplos de desigualdade de género, alguns deles vividos pela própria autora na sua comunidade, mas que transcendem um pouco à realidade de todas nós. Este espaço de escrita não me permite enumerar todas, ou quase todas, as situações de desigualdade de género.

Aponto, por exemplo, o trabalho doméstico não pago destinados na sua maioria às mulheres, a autora refere que “ainda hoje, as mulheres tendem a fazer mais tarefas domésticas do que os homens” terminando o excerto com o paralelismo “que os cozinheiros mais famosos do mundo (...) são, na sua maioria, homens.” Aqui a autora destaca também a desigualdade de oportunidades no meio profissional, refere também, que apesar da maior parte da população mundial ser do sexo feminino, os “cargos de poder e prestígio são ocupados pelos homens”. Tal como a autora, estou certa, quando refere que, “seríamos bem mais felizes, mais livres para sermos quem realmente somos, se não tivéssemos o peso das expectativas do género”. 

 

Contudo, são enumeras as situações de desigualdade existentes na nossa sociedade, e uma das ferramentas mais poderosas que temos em mãos é a educação, “e se criássemos os nossos filhos realçando os seus talentos, e não o seu género? E se nos focássemos mais nos seus interesses, sem ter em conta a ideia de género?” Que o próximo dia 8 de março, seja um dia aberto à reflexão e ao manifesto, com a certeza que todos, mulheres e homens, devemos ser feministas.

 

Célia Santos, Ocupar Espaço Cultural

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