27/02/2023, 22:00 h
196
Eduardo Costa Opinião Política
OPINIÃO
Qualquer presidente de um país amigo merece-nos a maior das considerações. Se o mesmo for de um país onde a língua oficial é o português, mais ainda.
O que não significa que aceitemos que o presidente do Brasil discurse na Assembleia da República na sessão comemorativa do 25 de abril. É uma data de muito significado, com uma tradição de protocolo de celebração muito próprio. Retirar o protagonismo aos nossos governantes e outras figuras gradas da Revolução dos Cravos é distorcer a tradição.
O presidente Lula da Silva nada tem a ver com esta polémica.
O que temos de estranhar é a justificação do ministro dos Negócios Estrangeiros, João Cravinho. Com um à vontade preocupante, afirma que o presidente brasileiro vai estar cá entre 23 e 25 e o único dia que tem na agenda para discursar na Assembleia da República é precisamente o dia 25 de abril! Pasme-se a ligeireza do ministro de nos passar um atestado de imbecis. Pois bem sabemos que quem faz a agenda de um presidente estrangeiro é o nosso governo.
Ainda para agravar, o governante comunicou este facto sem a decisão dos únicos que tem poder para decidir quem vai discursar neste dia histórico: a própria Assembleia da República e o seu presidente. E, naturalmente, que também seria sensato que o nosso Presidente da República tivesse uma palavra. Afinal, é um dos seus homólogos que nos vem visitar.
Tiro atrás de tiro no pé. Que se passa com estes ministros? Não param de dizer e fazer besteira?
Até sou compelido a ter dó do primeiro-ministro António Costa. Com tão insensatos ministros não deve ser fácil fazer boa figura.
EDUARDO COSTA, jornalista, presidente da Associação Nacional da Imprensa Regional
Opinião
5/10/2024
Opinião
5/10/2024
Opinião
5/10/2024
Opinião
5/10/2024