28/11/2023, 0:00 h
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Opinião Partido Social Democrata Teresa Paula Costa
OPINIÃO
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Nos últimos quatro anos, Portugal teve um aumento de setenta e oito por cento no número de pessoas em situação de sem-abrigo. As causas desse fenómeno são variadas e complexas, sendo influenciadas por fatores socioeconómicos, políticos e individuais. O próprio Presidente da República reconheceu, recentemente que “num país com crescimento zero e pobreza a subir, é natural que cresça o número de sem-abrigo”.
Várias razões contribuíram para esse crescimento alarmante. Entre elas, destacam-se a crise económica que assolou o país, a falta de habitação acessível, a precariedade laboral, problemas de saúde mental e dependência de drogas. A crise económica teve um impacto significativo na estabilidade financeira das famílias, resultando em despejos, dificuldades em pagar o aluguer da casa e até mesmo a perda de empregos. Isso levou muitos indivíduos e famílias a perderem a sua casa e acabarem a viver nas ruas.
Se durante muitos anos os sem-abrigo eram sobretudo homens, com problemas de saúde mental ou toxicodependentes, agora vemos famílias inteiras sem casa. Também deixou de ser um fenómeno localizado nos grandes centros urbanos e espalhou-se por todo o país, tendo chegado até Paços de Ferreira.
Ter um emprego já não é garantia de condições de vida dignas. O emprego deve ser um meio para tirar as pessoas da pobreza, mas isso só se verifica se for seguro e o salário justo.
A escassez de habitação acessível e os baixos salários aliados ao brutal aumento de impostos têm contribuído para o aumento do número de sem-abrigo.
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O investimento em habitação social e a criação de empregos com salários dignos são fundamentais para dar estabilidade às pessoas em situação de vulnerabilidade. A melhoria dos serviços de saúde mental e o acesso a tratamentos para dependências também são cruciais.
Além das ações do governo, a sociedade civil desempenha um importante papel. A solidariedade e o apoio da comunidade são essenciais para promover a inclusão e a recuperação desses indivíduos.
Em resumo, o aumento dos sem-abrigo em Portugal nos últimos anos é um reflexo de uma combinação complexa de fatores socioeconómicos. Para enfrentar este problema, é crucial uma abordagem abrangente que envolva não só políticas governamentais mais eficazes, mas também a participação ativa da sociedade civil.
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