13/05/2022, 0:00 h
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O SC Freamunde iniciou o campeonato afirmando-se como um não candidato em busca da melhor qualificação possível. A liderança da equipa foi entregue ao jovem técnico Pedro Machado, que se estreou como treinador principal, após vários anos como adjunto de Carlos Pinto. Embora o clube não fosse uma novidade para Pedro Machado, que estivera em Freamunde como treinador das camadas de formação e como adjunto da equipa principal, os tempos da divisão profissional, que outrora conhecera, contrastavam com a actual realidade do clube no distrital.
Com uma equipa, que transitou praticamente da época anterior para esta, e com parcos reforços (Joel Moura, Branco, Ricardo Mendes e Pedrinho), Pedro Machado afirmou, desde a primeira hora, que não poderia ombrear com os candidatos à subida, de entre as 40 equipas, como o Rebordosa e o Maia Lidador, nomes que se sobressaíam no início da época.
A época iniciou com muita dificuldade em Eiriz, e foi preciso acreditar até ao último segundo, para sair de Eiriz com os três pontos. Esta vitória fez a equipa embalar para uma entrada no campeonato de contornos históricos.
Na primeira volta, a equipa do SC Freamunde, venceu 8 jogos e empatou no jogo contra o Rebordosa, num jogo onde se viu a perder por 0-2 e alcançou de forma épica o empate a dois. Tudo corria da melhor forma, e os adeptos, perante tal nobreza da sua equipa, acreditavam que ela poderia concretizar o sonho duma subida.
Contudo, reapareceu o Eiriz, e a surpresa apareceu com a primeira derrota da época. Felizmente foi uma excepção, e o Freamunde voltou, de novo, às boas exibições, e garantiu um lugar de acesso à fase de promoção.
Mas o caminho desta segunda volta, tornou-se tortuoso. A fragilidade dum plantel curto e com poucas soluções começara a evidenciar-se, e a dificuldade em construir um onze, que mantivesse a boa performance da equipa, tornou-se evidente. Até final, o Freamunde consentiu ainda mais duas derrotas, frente ao Rebordosa e Marco.
A fase de promoção chegou, e alguns reforços também. Fonseca regressou ao Freamunde, mas sem ritmo de competição; Jorginho, que se tornou uma mais-valia, e Sousa já em fase de andamento desta última parte da época.
Os capões começaram a fase de promoção no FC Foz, e num jogo que poderia ter vencido nos últimos minutos da partida, saiu do Porto com um empate, num recinto, onde Alpendorada também empatou e onde o Rebordosa deitou a época a perder com uma derrota.
Seguiu-se o jogo com o Vilarinho, onde o Freamunde teve tudo para vencer, mas acabou por perder dois pontos. Seguiram-se vitórias frente ao Padroense, e Alpendorada, naquela que foi a única derrota do campeão da divisão de Elite nesta fase.
Quando tudo parecia encaminhado para um ataque aos primeiros lugares, o Freamunde claudicou frente ao Gondomar B, numa das mais pálidas exibições da época, o que terá iniciado o descontentamento da direcção. Nos jogos seguintes, nova derrota frente ao Rebordosa e um empate caseiro frente ao Maia Lidador.
Esta série de jogos levaram ao diferendo entre direção e Pedro Machado. Dum lado, o discurso de Pedro Machado, que sempre colocou o Freamunde como uma equipa ‘’a correr por fora’’, e não como um candidato; do outro lado a direção de Hernâni Cardoso que via na equipa um candidato natural à subida.
Esta divergência resultou na saída de Pedro Machado, que não aceitou possíveis remodelações no plantel. Com o comando da equipa entregue interinamente a Carlos Vaqueiro e Carlos Faria, o Freamunde conseguiu segurar o terceiro lugar, não conseguindo intrometer-se na luta entre Alpendorada e Rebordosa até final
A época do Freamunde brindou os seus adeptos, sempre presentes, com grandes espectáculos de futebol, enchendo-os de orgulho. Apesar do terceiro lugar, foi com o Freamunde em campo que se viram dos melhores jogos de futebol desta divisão de Elite. O brilhantismo como a equipa dos capões tratou a bola, durante uma época recheada de dificuldades, é sem dúvida uma das notas muito positivas da época. Outra nota de realce, é a habitual mobilização de adeptos pelo clube, estando, por variadas vezes, em maioria nos jogos fora de portas.
A nota negativa da época vai para o desalinhamento do discurso, mantido durante a época, e o discurso, que seria o pretendido pelo clube.
Em conclusão, o Freamunde, para além dum onze titular de excelência para esta divisão, tinha poucas soluções de qualidade, para mexer durante os jogos, ou para colmatar lesões e castigos, o que obrigou a muita ‘engenharia’ táctica em muitos jogos.
E respondendo à questão inicial, o Freamunde não era um candidato ao nível do Rebordosa, Maia Lidador, Alpendorada e Foz, se somarmos as condições e soluções de cada um, mas, quando a bola rolou sobre a relva, os homens de azul fizeram-se do tamanho dum grande candidato!
Ricardo Neto
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