01/05/2022, 0:00 h
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A rinite é uma doença crónica extremamente frequente, atingindo entre 25% a 33% da população dos países desenvolvidos e com significativo impacto na qualidade de vida dos que sofrem dela. A prevalência estimada na população portuguesa é de 22%, referindo-se que na criança em idade pré-escolar a prevalência de rinite é elevada, estimando-se que 43% das crianças têm sintomas nasais.
A rinite alérgica é a forma mais comum de rinite não infeciosa, correspondendo a cerca de 50% dos casos de rinite; no entanto, há várias formas de rinite não alérgica, com sintomas semelhantes, mas diferentes etiologias.
A rinite, clinicamente, caracteriza-se pela presença de um ou mais dos seguintes sintomas: rinorreia aquosa, crises de espirros, prurido nasal e/ou congestão nasal; associa-se frequentemente a sintomas oculares (comichão, lacrimejo, olho vermelho). Estes sintomas ocorrem durante dois ou mais dias consecutivos, e mantêm-se mais de uma hora na maioria dos dias. Associa-se frequentemente, em especial em situações arrastadas e não controladas, a sinusite, polipose nasal, otite ou asma brônquica. Quando não controlada, a rinite contribui marcadamente para a perturbação do sono, tanto em crianças como em adultos, sendo que todas as dimensões do sono são afetadas nos doentes com rinite alérgica moderada-grave, resultando em sonolência diurna ou sensação de fadiga, com todas as implicações que esse facto acarreta na capacidade individual para executar tarefas diárias profissionais ou escolares, na capacidade de aprendizagem ou até na capacidade de interação social gratificante.
O diagnóstico de rinite é essencialmente clínico, baseado nos sintomas referidos anteriormente. Contudo, é uma doença frequentemente subdiagnosticada e subtratada no nosso país.
O tratamento da rinite assenta em três pilares fundamentais: medidas de controlo ambiental (evitar ou minimizar a exposição a alergénios, como pólenes, ácaros, fungos, pêlo de animais); tratamento farmacológico (higiene nasal, anti-histamínicos orais ou via nasal, corticóides inalados ou orais); vacinas antialérgicas (em doentes com rinite alérgica que cumpram critérios).
Assim se compreende, que a rinite pouco tem de banal ou trivial para aqueles que dela padecem, tornando-se fundamental o seu diagnóstico e correta orientação e tratamento, de forma a minimizar-se o impacto negativo desta doença. Perante dúvida ou suspeita desta doença deverá ser procurado contacto com o(a) Médico(a) de Família.
Maria Inês Durães
Interna de Formação Especifica de Medicina Geral e Familiar
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