31/01/2025, 0:00 h
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POPULAÇÃO ACTIVA
Por Miguel Meireles
Do total da população, na freguesia de Raimonda, em 1982, eram activos 44,6%. Representavam 61,8% dos residentes com 15 e mais anos e 68,7% daqueles que se situavam entre os 15 e 64 anos. A sua distribuição por sectores de actividade era muito desigual. Ao sector primário estavam afectados 7,7% dos activos. Ao secundário 77,4%. No terciário 14,9%. Das 50,1% de mulheres - seu peso relativo à época - eram activas com profissão 33,5%, com peso, absoluto e relativo, inferior ao dos homens. Era no sector primário que estavam mais próximas deles, com 41,4%. No secundário e terciário, também estavam perto, mas abaixo do seu próprio peso médio.
À escala do concelho, a representação dos activos e das mulheres com profissão era inferior ao da freguesia, o que derivava tão só da sua inferior absorção de mão de obra pelo secundário. A afectação de mulheres aos sectores primário e secundário era, na freguesia, bastante superior à média concelhia, ao contrário do terciário em que era bastante inferior.
No que a este aspecto respeita, pode-se, em termos de dominância, identificar no concelho dois grupos, com número idêntico de freguesias. O grupo das que conjugam peso superior de activos e dos ligados ao sector primário, com peso inferior dos ligados ao terciário. Um outro, das que apresentavam peso inferior dos activos e dos ligados ao sector primário, mas com peso superior no terciário. Num e noutro, os valores para o secundário são muito superiores ao dos outros sectores. O diferente volume e distribuição sectorial da mão de obra feminina reforça a consistência de qualquer dos conjuntos. Os valores mais elevados ocorrem no primeiro grupo, são inferiores à média concelhia, no terciário e superiores no secundário. É no primeiro grupo que se encontram os valores mais elevados de mão de obra feminina no primário. As freguesias do primeiro grupo localizam-se todas para NNW do concelho e não apresentam divergências de vulto. As do segundo, ocupam o espaço centro/sul do mesmo.
A freguesia, sede do concelho, pelo facto mesmo de o ser, prosseguiu uma configuração bem específica. Dispunha de activos acima da média, reduzida afectação ao sector primário e um diferencial escasso entre os ligados ao sector secundário e ao terciário. Esta sua peculiar evolução terá resultado do poder de atracção, que essa mesma qualidade lhe conferia, e do seu reforço progressivo como espaço de poder e da administração local, da implantação privilegiada de serviços, públicos e privados, da concentração das actividades comerciais. Por outro lado, as divergências que foram ocorrendo nas freguesias circundantes terão resultado da desigual expressão do cruzamento de suas dinâmicas próprias, com as que irradiavam do centro terciário e dos processos de adaptação circunstancial entre as ditas contíguas.Os condicionamentos geofísicos, sócio-económicos, jurídico-politicos e técnico-administrativos, a que a expansão desse bloco esteve sujeito ( e que transformaria ) terão conduzido, em simultâneo, a uma interpenetração desigual do centro e a uma, também desigual, integração destas naquele.
Autor: Miguel Meireles
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