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Gazeta Paços de Ferreira

14/11/2024, 0:00 h

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REYMONDA - OS PÉS DAS PEGADAS

Freguesias Destaque Raimonda

Evolução Demográfica

Por Miguel Meireles

 

A população residente na freguesia da Raimonda, em 1981, rondava os 1814 habitantes. A sua distribuição espacial era muito dispersa e com uma concentração, por lugares, muito desigual. A densidade média situava-se nos 476,1 hab/km2.

 

 

Recuando ao tempo das "Memórias Paroquiais", em 1758, o contingente demográfico andava pelos 358 habitantes e passados cerca de 150 anos - no início do sec. XX - esse valor havia quase duplicado. O número de habitantes era de 718 e o índice de ocupação chegava aos 189,7 hab/Km2.

 

 

No decurso desses anos, a evolução demográfica não apresenta crescimento regular. Entre outros factores, terá sido condicionada pelo crescente surto migratório para o Brasil, pelas invasões napoleónicas e pela instabilidade socio-politica da revolução liberal. Verifica-se que, até meados do sec. XlX,  de forma muito desigual, o volume da população não deixa de aumentar, mas o mesmo não ocorre na outra metade. As décadas de 50 e 60 apresentam um decréscimo populacional e apenas em 1881 é ultrapassado o contingente de 1840. A última década do século é ainda de estagnação. 

 

 

Tendo em conta o universo de dados, referente a todo o período em análise, constatam-se duas fases significativas, na evolução demográfica da freguesia. 

 

 

A que decorre entre 1758 e 1849, com um grande crescimento, na ordem dos 82%, em contraste com os 10%, entre 1850 e 1900. 

 

 

A tendência para a quebra no crescimento demográfico, que já se indiciava na primeira metade do sec. XIX, expressa-se muito claramente na segunda. 

 

 

De 1758 a 1794, a taxa de crescimento cifra-se nos 45%. Daí até 1849, baixa para os 37% e torna-se negativa, em 1871, na ordem dos -9%. A recuperação em 1881 é muito ligeira e inconsequente - 7% - como a estagnação da década imediata confirma.

 

 

 

 

Evolução entre 1900 e 1940

 

 

Como sugerido, o 1° decénio do sec.XX não teve continuidade no crescimento demográfico e a irregularidade evolutiva prolongou-se. Tendo-se superado em definitivo o limiar das taxas negativas, logo, na década imediata, acontece uma quebra percentual de 10 pontos.

 

 

As consequências nefastas da guerra, as dificuldades sócio-económicas e, ao tempo, o surto epidémico, fizeram sentir os seus efeitos. 

 

 

Porém e não obstante a depressão de 1929, as duas décadas imediatas - 30 e 40 - apresentam já uma recuperação gradual. 

 

 

No decurso dos primeiros 40 anos do sec.XX, é retomado o ritmo de crescimento que, desde meados do sec XVIII, se havia prolongado até meados do seguinte. As taxas acumuladas situam-se em torno dos 42% e, em 1900, o contingente demográfico da freguesia ultrapassa os 1000 habitantes.

 

 

Desde já, pode constatar-se a sua similitude, nas primeiras quatro décadas do século XX. Uma e outro apresentam, no segundo decénio, quebras importantes na progressão demográfica e uma recuperação, para valores ligeiramente superiores aos que precederam a regressão, nas duas imediatas. 

 

 

Deste paralelo, o facto mais saliente consiste na ocorrência de taxas concelhias sempre superiores à da freguesia, tanto na regressão como na progressão.

 

 

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