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Gazeta Paços de Ferreira

02/10/2021, 0:00 h

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Respiração e Digestão

Opinião

A respiração e a digestão pode parecer algo muito distinto, no entanto, se observarmos bem, a traqueia (tubo por onde passa o ar situado na garganta) e o esófago (tubo por onde passa o bolo alimentar situado na garganta) estão intimamente ligados pela sua proximidade.

Os nervos estão estruturas periféricas do sistema nervoso que fazem a comunicação entre o corpo e o cérebro.


O nervo vago é um dos nervos que ganha destaque neste contexto uma vez que nasce no tronco cerebral (região posterior do pescoço), descendo por cada lado do pescoço, atravessa o tórax até chegar ao abdómen.

Ele divide-se em dois ramos sendo que um ramo passa pela região abdominal direita influenciando vísceras como fígado e vesícula biliar e, outro ramo passa pela região abdominal esquerda influenciando coração, baço e estômago. Ambas as ramificações influenciam pulmões, rins e intestinos delgado e grosso.


Este nervo é um dos principais componentes do sistema nervoso parassimpático controlando as ações involuntárias do corpo tal como, por exemplo, a digestão.


E o que é isto do sistema parassimpático? Temos o seu oposto, o sistema simpático que está ligado à ação, à contração, à reação ou modo luta ou fuga. Por outro lado, o sistema parassimpático funciona como um interruptor para desligar o sistema simpático, ou seja, para desligar a ação, o stress.

Para vivermos necessitamos de ambos. No entanto, temos cada vez mais dificuldade em ativar o sistema parassimpático criando-nos uma lacuna no descanso, relaxamento, recuperação, nos movimentos peristálticos para um bom processo digestivo, na regulação da frequência cardíaca e respiração. Ou seja, todas as “artes” do nosso corpo que o mantêm vivo.


Ora, se a respiração é influenciada pelo sistema parassimpático, com a respiração consciente também podemos influenciar o sistema parassimpático. Através de simples estratégias de toque (auto-toque) combinadas com respiração ativamos o sistema parassimpático promovendo a sua ação. Ao activarmos o sistema parassimpático, todas as suas ações (acima descritas) serão potenciadas. Assim, tal resultará, a nível digestivo, num relaxamento dos esfincteres e aumento da motilidade gastro-intestinal potenciando a capacidade digestiva.


Desta forma, não é apenas através da escolha do alimento que nutrimos o nosso corpo. O nosso sistema gastro-intestinal necessita da ativação vagal para tirar partido ao máximo do bom alimento que lhes estamos a dar. Para tal, a respiração consciente é um óptima aliada na potenciação da capacidade digestiva minimizando alterações gástricas e intestinais. Neste sentido, em termos bioquímicos, vamos melhorar a informação celular reduzindo inflamação e envelhecimento celular que tem sido demonstrado como origem de muitas dores, reações cutâneas, dificuldade na construção muscular, entre outras.


Cada vez são mais as razões para um mínimo de 10 minutos de respiração consciente por dia.

Boas práticas

Marta Gomes

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