31/12/2021, 0:00 h
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Estamos a poucas semanas da época tão esperada por muitos. O Natal é uma época que nos remete para as palavras relação, família e comunidade. Por tal, muitos de nós somatizam no seu corpo stress, ansiedade e nostalgia.
É uma fase do ano de imensa pressão dadas as expectativas irrealistas criadas a maior parte do tempo. O momento em que se junta família, amigos e colegas que tantas vezes não se vêem o resto do ano traz consigo memórias de quem se era há um ano atrás, dois, três ou até dez anos. Questiona-se a passagem do tempo, as mudanças, as diferenças em relação ao passado, em relação ao que faz parte da história.
Quando nos sentimos bem com o presente que temos, quando estamos conscientes e satisfeitos com o que somos hoje, com o conhecimento e auto-conhecimento que temos hoje, o corpo porta-se bem. É capaz de responder bem aos desafios que lhe propomos, não há uma dor constante que parece que nenhum tratamento a resolve, há energia, motivação e vontade de viver. Mas, quando não nos reconhecemos, quando não gostamos da nossa imagem que vemos refletida, quando as memórias do passado tomam conta do presente, o corpo não se vai portar bem. Surgem dores, desconforto, más digestões e até cansaço generalizado. O corpo mostra-se incapaz de compactuar com a falta de amor-próprio, a falta de auto-cuidado, a falta de auto-aceitação das transformações naturais dos ciclos de vida. Se hoje não nos sentimos no nosso melhor, culpabilizarmo-nos, rejeitarmo-nos, não nos cuidarmos, não irá melhorar o quadro. Talvez a prioridade há um ano ou dois atrás foi a compra e a decoração de uma casa. Talvez a prioridade há um ano ou dois atrás foi ter um filho. Talvez a prioridade há um ano ou dois atrás foi cuidar de um familiar. Talvez há um ano ou dois atrás a prioridade foi um desafio profissional. Agora a prioridade pode muito bem ser encontrar por inteiro essa pessoa que está dentro de um corpo que foi feito para ser cuidado, respeitado e amado.
Podemos precisar de incentivos para percebermos a importância de nós próprios na nossa vida. Podemos precisar que nos relembrem que temos espaço na nossa vida e podemos manter uma relação de boa qualidade connosco prolongada no tempo. Também não vamos cair na expectativa irrealista de que uma relação de boa qualidade é aquela que está sempre equilibrada todos os dias da nossa vida. Mas, tentando encontrar e manter o equilíbrio durante um certo período de tempo, o corpo irá registar esse equilíbrio querendo tender para ele sempre que algo o quiser derrubar. E, às vezes, derruba. Mas, relembremo-nos, há sempre um novo equilíbrio que podemos escolher trabalhar. A base de
tudo é a forma como nos relacionamos.
Boas festas
Marta Gomes (MSc, PT)
//Fisioterapeuta // Medicina Chinesa // Pilates // Saúde da Mulher Integrativa
instragam: @martagomes.saude
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