16/01/2022, 0:00 h
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A pandemia por Covid-19 trouxe profundas mudanças no nosso quotidiano, na sociedade, economia e inquietou a saúde geral da população. As várias restrições que nos foram impostas desde o início da pandemia começaram a ser amenizadas e o dia-a-dia dos portugueses foi retomando a sua normalidade. O alívio de restrições foi, sobretudo, sustentado pela adesão da população à vacinação.
E agora…quando a pandemia parecia ser apenas uma má recordação já ultrapassada, somos confrontados com a necessidade de reforço da vacinação. Será que esta terceira dose da vacina permitirá terminar de vez com esta pandemia, ou será apenas mais uma etapa no longo caminho a percorrer. A inoculação da terceira dose iniciou-se a 11 de outubro, direcionada “a pessoas com 65 ou mais anos, sendo que neste grupo etário a prioridade são as pessoas que têm 80 ou mais anos e as pessoas que são utentes de lares e da rede de cuidados continuados e de outras instituições similares”, tal como referiu Diretora-Geral da Saúde, Graça Freitas. Até ao início deste novo ano, foram vacinadas com a dose de reforço mais de 2,9 milhões de pessoas, a grande maioria, 88%, têm 70 ou mais anos, segundo valores avançados pela DGS a 3 de janeiro.
A dose de reforço está indicada em pessoas mais vulneráveis, seja pela idade ou por múltiplos problemas clínicos. A resposta imunitária é menos robusta e duradoura em idosos, o que explica uma maior suscetibilidade a infeções, comparativamente a pessoas mais jovens. O surgimento de uma dose de reforço não significa a perda total da proteção que foi conseguida, apenas representa um decréscimo dessa proteção.
Desta forma, considero que o reforço da vacinação Covid-19 se reveste de grande importância, a adesão da população é fundamental para prevenir doença grave e possíveis complicações, garantindo assim, um envelhecimento saudável.
Da minha prática clínica, constato que alcançar esta faixa etária torna-se um desafio uma vez que, os idosos dominam menos os meios de comunicação e consequentemente apresentam mais dificuldade no acesso e compreensão da informação. Assim, é imprescindível, não só o esclarecimento individual bem como dos seus cuidadores e familiares.
Nesta etapa, saliento a importância inerente ao Médico de família, em desconstruir a ideia, algo generalizada da população, em relação à vacinação. Realçar o bom perfil de segurança, eficácia e tolerância das vacinas, clarificar que as reações adversas graves são raras e essencialmente, destacar que a vacinação constitui um meio imprescindível na prevenção de doença potencialmente fatal.
Reforço ainda a ideia, que a vacinação só por si, não é suficiente para controlar a pandemia, mas associada a adoção de outras medidas, como o distanciamento, o uso de máscara e a ventilação de espaços interiores, reduz a disseminação deste vírus.
A pandemia, ainda não terminou e confronta-nos com perdas de vidas em número relevante, geralmente sob circunstâncias muito difíceis. Por isso, considero a adesão à vacinação, imprescindível para que juntos posamos acelerar o processo de reforço nos grupos mais vulneráveis e controlar a situação pandémica.
VACINE-SE!
Daniela Rocha Médica Interna em Medicina Geral e Familiar
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