01/10/2023, 0:00 h
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CULTURA
Por Ana Isabel Silva (Espaço Ocupar)
Todo o filme gira em torno de um casal, bem sucedido em que um dos atores tem um cargo de grande responsabilidade na sua empresa de biotecnologia que cobra anos de vida às pessoas consoante os empréstimos que estas vão assumindo. Enquanto que uns cobram esses anos, há quem os ganhe, em prol desse “ajuste de contas”.
Um dos momentos mais altos do filme é quando o casal passa por uma situação desafiante e, não podendo ser ele a pagar a dívida, vê a sua esposa a envelhecer 40 anos para cumprir a cobrança – levando a ambos a uma dessincronização brutal, seja em termos de aparência, de energia e de vitalidade.
De facto, todos temos propósitos, todos queremos construir algo na nossa vida, seja comprar casa, carro, investir num curso, investir numa empresa, mas a questão que se coloca é: qual o preço a pagar por esse “PARAÍSO?”
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Quantos minutos, quantas horas, quantos anos de vida “perdemos” para conseguirmos pagar os nossos compromissos?
Costuma-se dizer que tempo é dinheiro e neste filme é o que sentimos, levando-nos metaforicamente a olhar para o quanto mais envelhecemos à medida que aumentamos esses compromissos?!
O tempo é o nosso verdadeiro Paraíso, é a nossa verdadeira liberdade, assentando na sensação de podermos fazer escolhas que nos façam sentir mais seguros e harmoniosos, mas a verdade é que o tempo começa a ser cada vez mais, uma das principais razões para perturbações de ansiedade e stress – talvez porque o estejamos a vender em prol de um suposto Paraíso que pode demorar muito tempo a ser sentido e até lá, o esforço pode ser imenso.
Estamos em Setembro, no mês das colheitas, a prepararmo-nos para um OUTONO, para analisar as colheita de mais um ano e precisar de “destralhar” de tudo o que precisa ser largado – à semelhança das árvores que deixam cair os seus frutos e folhas.
Deixo-vos assim o convite, não só para ver o filme (Netflix) – como para refletirem sobre o valor do vosso tempo e como há pequenos Paraísos a custo muito reduzido – nomeadamente o do bem-estar, o da saúde e o do amor próprio e pelos outros.
Morem no vosso Paraíso, sejam o vosso Paraíso e façam por fazer escolhas que não impliquem “ter que pagar com demasiados anos da vossa vida”.
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