Por
Gazeta Paços de Ferreira

17/11/2024, 0:00 h

423

Psicologia na Sétima Arte: “Isto acaba aqui”

Cultura Opinião

CULTURA

Escolhemos este filme porque combina com o Outono, combina com a importância de nos sabermos “despir”, de saber largar, de apreciar a colheita do que temos vindo a construir e aceitar o encontro com o que somos no nosso âmago, nas nossas raízes, no nosso tronco (essência).

Por Ana Isabel Silva (Espaço Ocupar)

 

“Isto acaba aqui”, um livro que deu origem a um filme onde Lily Bloom representa uma mulher focada nos seus objetivos, determinada, mas quando se enamora de Ryle, toma consciência de muitas das suas dores “camufladas”.

 

 

É um filme que, embora romantizado, nos leva para um tema muito sensível: violência doméstica.

 

 

É um tem com raízes muito profundas na humanidade e abre portas a muitos dos temas mais sensíveis da saúde física e emocional.

 

 

Em Portugal, só em 1995 a Violência Doméstica ficou reconhecida com um crime público e é essencial que TODOS saibam que fazem parte da nossa responsabilidade social.

 

 

Na verdade, como diz Maria Gorjão Henriques: “Somos muito mais leais do que livres” e essa lealdade assenta nos condicionamentos a que somos sujeitos desde que nascemos: a família que nos acolhe, ama e educa o melhor que sabe; uma comunidade que nos acolhe com as suas regras, ideologias e princípios e o resultado: um somatório de “traduções” que fazemos do mundo. E quando nos relacionamos é essa tradução que nos cria conflitos, porque o que é para mim não é para o outro, o que eu penso é diferente do que outro penso, porque tenho vergonha de falar das minhas “dores”, do que me envergonha e com isso…esperamos que as pessoas com quem nos relacionamos tenham uma bola de cristal que evite trazer-nos à consciência essa dor. Mas não será ela necessária para ativar em nós as nossas escolhas mais profundas?

 

 

 

 

Neste filme percebemos que Lily percebe, quando volta a encontrar alguém do seu passado, que as suas escolhas, a coragem para as tomar assentam nela mesma e ela é a única responsável por elas.

 

 

Percebemos que muitas das nossas escolhas assentam no medo, no medo de sermos julgados, de deixarmos de “pertencer” ao que tanto nos dedicamos e acreditamos!

 

 

15 segundos, é o tempo necessário para podermos mudar a nossa percepção do outro.

 

 

Somos seres em constante associação e aprendizagem e é preciso treinar a mente para ressignificar um pensamento.

 

 

Para superar as mágoas precisamos, antes de tudo de tomar consciência dessa dor, de a reconhecer, de a aceitar e acima de tudo…de a compreender.

 

 

Só aceitamos aquilo que compreendemos.

 

 

O amor dilata a ligação à dor, porque temos expectativas que o outro encaixe em nós numa perfeição que muitas vezes, nem nós o fazemos connosco mesmos.

 

 

O relacionamento amoroso é um dos principais desafios do ser humano, dessa forma é fundamental atentarmos ao auto-conhecimento para sabermos perfeitamente colocar os limites nas nossas relações.

 

 

“Isto acaba aqui” não é um fim, mas um meio para começar…

 

Começar a conhecer-se mais!

 

Começar a aceitar-se mais!

 

Começar a respeitar-se mais!

 

Nunca desistam do que são!

 

Saudações cinéfilas!

 

 

ASSINE A GAZETA DE PAÇOS DE FERREIRA

Opinião

Opinião

Cascas de banana…

17/08/2025

Opinião

De tostão em tostão… se alcança o milhão ou a dimensão colectiva dos direitos do consumidor

13/08/2025

Opinião

A Bolsa de Valores

11/08/2025

Opinião

Gastroparésia: Quando o estômago perde o ritmo

10/08/2025