22/02/2022, 0:00 h
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A Saúde Ambiental tem como objetivo primordial estudar os problemas resultantes dos efeitos ambientais exercidos sobre o estado fisiológico e mental do homem e das comunidades e promover a identificação, análise e correção dos fatores de risco para a saúde.
As preocupações com a problemática ambiental estão inseridas na Saúde Pública desde os primórdios, apesar de só na segunda metade do século XX surgir uma área específica que interrelaciona saúde e meio ambiente, denominada Saúde Ambiental.
Esta inclui todos os aspetos da saúde humana, incluindo a qualidade de vida, determinados por fatores físicos, químicos, biológicos, sociais e psicológicos no meio ambiente. Desta forma, devem ser controlados e evitados os fatores do meio ambiente que, potencialmente, possam prejudicar a saúde e o bem-estar de gerações atuais e futuras.
Nas últimas décadas, a crescente urbanização e o aumento populacional proporcionaram uma complexa situação ambiental, com consequências desastrosas na qualidade do ar, redução de fontes de água potável, a contaminação do solo e dos alimentos e mudanças climáticas e ambientais, excedendo as capacidades de equilíbrio dos ecossistemas e dos indivíduos se protegerem.
A humanidade deparou-se com uma intensificação na utilização/transformação dos recursos naturais e ecossistemas com uma celeridade e extensão inigualáveis.
Sabemos que a saúde humana está intimamente relacionada com a qualidade ambiental, sofrendo acentuadas repercussões nos últimos anos.
Assim, de acordo com a Organização Mundial de Saúde, 24% dos anos de vida perdidos por incapacidade e 23% das mortes prematuras em todo o mundo são atribuíveis à exposição a riscos ambientais e ocupacionais evitáveis.
A poluição do ar por material particulado no ambiente externo é o segundo risco ambiental com maior preponderância, sendo responsável por quase 4% dos anos de vida perdidos por incapacidade e de 6% das mortes prematuras a nível global.
A Saúde Ambiental é uma área eminentemente interdisciplinar. Na minha opinião, torna-se urgente implementar uma educação ambiental aos indivíduos e comunidades de modo a adquirem consciência do seu meio, incutindo valores e competências, que os possa capacitar para atuar, individual ou coletivamente, promovendo uma participação ativa e global, com atividades interativas e serviço comunitário, na resolução dos problemas ambientais presentes e futuros.
Este deverá ser um processo contínuo onde as ações têm como objetivo o desenvolvimento de sistemas de valores que levam a uma melhoria do ambiente total, ou seja, pensar globalmente e agir localmente.
A Educação Cívica e a educação para a cidadania são princípios que acredito serem o pilar da vivência em sociedade.
Em particular, gostaria de referir a valência da Saúde Ocupacional que tem como finalidade a prevenção dos riscos profissionais e a proteção e promoção da saúde dos trabalhadores. Visa garantir ambientes de trabalho saudáveis que evitem ou minimizem a exposição profissional a fatores de risco, suscetíveis de comprometer a saúde, assegurem a qualidade de vida no trabalho e permitam alcançar elevados níveis de conforto, saúde e bem-estar físico, mental e social a todos os trabalhadores.
A atuação implica interdisciplinaridade entre profissionais que convergem em duas vertentes principais: a “Saúde do Trabalho” e a “Segurança do Trabalho”, com a finalidade última de promover a qualidade de vida do trabalhador.
Assim, reforço que esta abordagem integrada proporciona aos trabalhadores uma maior motivação, maior realização profissional, contribuindo para uma crescente produtividade, melhorando globalmente, o bem-estar e a qualidade de vida dos indivíduos na sociedade.
Daniela Rocha Médica Interna em Medicina Geral e Familiar
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