21/07/2022, 22:00 h
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Terminou um ano letivo e prepara-se já o próximo.
O Ministério da Educação lançou há algum tempo um novo projeto que visa a mudança no paradigma da avaliação. No Agrupamento de Escolas de Frazão estamos a trabalhar para implementar o referido projeto no próximo ano.
Em que consiste o projeto?
Na realidade vem de encontro ao que há muito tempo os documentos legais e normativos preconizam ser necessário implementar na questão da avaliação dos alunos.
Há muito que se insiste na necessidade de investir na avaliação formativa sistemática e menos na sumativa. A avaliação formativa deve ser a que, no dia-a-dia, predomina. A ideia chave é que no decorrer da aprendizagem dos alunos se vá avaliando a forma como aprendem, onde erram procedimentos, e que se vá dando feedback aos alunos, reorientando-os no sentido de perceberem onde falham e porquê. A aposta no trabalho a pares e em grupo é grande, pois em conjunto os alunos aprendem melhor. A colaboração entre eles é potencializadora de aprendizagens mas significativas e partilhadas. É um trabalho sistemático de trabalho colaborativo e reflexivo, entre alunos e entre estes e o professor.
Claro que também existe a avaliação sumativa, em que é necessário classificar as aprendizagens dos alunos, ou seja, dar nota. Mas até a nota final é mais participada, pois os alunos vão entender e saber posicionar-se a partir das evoluções que fazem.
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Será uma utopia este modelo?
Parece…mas creio que não é. Exige é uma mudança gigante na forma como as atividades letivas se desenvolvem, exige mudanças de práticas educativas, mudanças nas salas de aula. Exige mudança nas ideias tão enraizadas de que só se avaliam alunos com testes. E penso que as mudanças não serão fáceis para professores, alunos e pais. Exigem clarificação a todos os envolvidos e depois uma apropriação do processo que levará tempo. Refiro muitas vezes que nenhuma mudança se faz por decreto…este é mais um caso. Há um longo caminho a percorrer, uma mudança que dependerá da aprendizagem de todos.
Será uma mais-valia?
Passamos a vida a veicular que vivemos numa sociedade individualista, mas a defender e a apelar ao espírito colaborativo. Aliás, a Sociedade não evoluiu com seres individuais que não colaboram; sabemos que trabalhar para um bem comum, e para o bem de todos é fundamental para o sucesso de qualquer organização. Sabemos que também ninguém é bom em tudo. Por isso, penso que é necessário implementar efetivamente o trabalho colaborativo entre alunos, aquele em que se ajudam e depois reflexivamente se avaliam entre si, aferindo os que mais e melhor contribuíram, dentro das suas capacidades e potencialidades. Levarão essas bases quando forem para o mercado de trabalho.
É um desafio que não será alcançado num ano, provavelmente nem num ciclo, mas que vale a pena tentar abraçar.
Avizinha-se um ano de experiências, de tentativas de mudança, de ousar melhorar…
Cá vamos nós arregaçar as mangas e pelo menos tentar…
Rosário Rocha
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