09/12/2023, 0:00 h
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Educação Opinião ROSÁRIO ROCHA
EDUCAÇÃO
Por Rosário Rocha (Professora do AE Frazão)
COMENTÁRIO EDUCAÇÃO
Já vos falei algumas vezes deste projeto que temos no Agrupamento de Escolas de Frazão. É um projeto internacional, aplicado em mais de 15 países, coordenado pela Universidade de Barcelona e apoiado pelo Ministério da Educação. É daqueles projetos que já foi comprovado cientificamente ter eficácia e produzir resultados. Para ser desenvolvido em plenitude, terá que aplicar as sete ações de sucesso que abrange.
Apesar de termos integrado o Projeto há três anos, ainda estamos longe de o conseguir aplicar no seu todo.
Tertúlias literárias dialógicas
As tertúlias baseiam-se nos clássicos universais. Partem da leitura de uma obra literária, por partes, e em cada sessão as crianças selecionam um excerto e refletem sobre o mesmo, relacionando-o com vivências pessoais ou com sensações.
As tertúlias promovem a leitura, a comunicação oral e o espírito crítico, entre outras competências. Permite, também, que as crianças conheçam e leiam obras clássicas, que, provavelmente, doutra forma não conheceriam.
É com muita satisfação que iniciamos as tertúlias também na Educação Pré-Escolar. Apesar de ainda não saberem ler, trabalham a história através das imagens e partilham oralmente o que consideram pertinente.
Esta ação de sucesso tem finalmente uma implementação vertical em todo o Agrupamento, iniciando-se no Jardim de Infância e sendo aplicada até ao 9º ano.
Ressalvo que além da leitura de clássicos, é possível fazer outras tertúlias dialógicas: musicais ou artísticas, por exemplo, o que também é muito interessante.
Grupos interativos
Os grupos interativos estão a ser implementados desde o primeiro ciclo até ao 9º ano. Quem sabe num próximo ano os conseguiremos também implementar no Pré-Escolar.
Esta ação depende da colaboração da comunidade, em que voluntários, após terem realizado formação, realizam atividades com as diversas turmas.
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O professor é sempre o responsável pela aula e pela organização e implementação das atividades a realizar, mas a turma trabalha em grupos que realizam uma tarefa específica e diferente dos outros e contam com a ajuda de um voluntário (por grupo) que orienta e promove a discussão em grupo e a participação de todos os elementos. Estimula-se novamente a comunicação, a cooperação, a interajuda e o espírito crítico, entre outras competências.
Os voluntários não ensinam, não precisam de explicar, pois essa é função do professor, caso os alunos não consigam resolver as situações no coletivo.
Passo a passo…
Não é um projeto fácil de implementar, pois, primeiro, precisa de ser apropriado pelos professores, e que os mesmos compreendam as vantagens do mesmo. Mas para tal é necessário que haja uma sistematização das ações e uma periodicidade constante. O ideal é que semanalmente sejam implementadas as ações, para haver uma metodologia consolidada de implementação. Ainda estamos aquém dessa periodicidade. Há turmas que já realizam semanalmente as tertúlias, outras ainda o fazem quinzenalmente e outras apenas mensalmente. Quanto aos grupos interativos, já há a prática mensal nalgumas turmas, outras ainda se ficam pelo trimestral.
Os grupos interativos ficam dependentes da possibilidade de os voluntários estarem disponíveis no horário letivo e nem sempre é fácil. Contudo, registo com orgulho a bolsa de voluntários que temos em Arreigada: cerca de 30! E sinto que já podemos partir para a realização de grupos quinzenalmente pois temos voluntários disponíveis.
Uma coisa é evidente: os miúdos adoram estas atividades! E, sendo aulas mais dinâmicas, potenciam aprendizagens mais prazerosas e com mais motivação.
Há um longo caminho ainda a percorrer, mas, passo a passo, lá vamos nós!
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