Os Lambe-Cus

A Europa está dominada por políticos lambe-cus, gente sem princípios a armar ao cágado, a pôr-se em bicos de pés para dar pelo cu aos grandes, o que leva com alguma frequência à promoção de ex-governantes a altos cargos na União Europeia, no BCE, no FMI, entre outros lugares de destaque e rendimentos. Mas desiluda-se quem pensa que chegam lá por mérito, por provas dadas na defesa dos povos, pois apenas atingem tais mordomias porque fazem exatamente o que desejam os poderosos, sejam eles franceses e alemães ao nível europeu, sejam norte americanos a um nível mais vasto.

Bastou iniciar-se o conflito entre a Ucrânia e a Rússia (que poderia ter sido evitado) para que todos os Manda-Chuvas europeus se pusessem rapidamente de acordo quanto a abrir os cordões à bolsa e comprarem bombas aos fornecedores habituais. Aplicaram-se rapidamente sanções ao invasor, todavia, Israel, sob o plácido olhar de todo o mundo, extermina o povo palestino e nem uma voz se ergue a pedir a condenação do exterminador, a exigir sanções sérias. Para uns, justifica-se esta posição de olhar para o lado em nome da subserviência à Alemanha e à França; e, para todos, este baixar de cabeça deve-se à servitude perante o desumano e belicoso Trump. Oh maravilha das maravilhas! A NATO tem agora o pretexto para aumentar a percentagem do PIB de cada país destinado à aquisição de novo armamento a quem necessita de escoar o produto. No caso português, vai gastar-se pouco menos do que no orçamento da saúde (somos ricos). Mas tem de ser (dizem-nos), porque a Rússia é uma ameaça para a Europa, esquecendo-se que a Rússia também pertence ao nosso continente.

Quem já esfrega as mãos (disfarçando muito pouco) é o novo chanceler alemão. Que rica oportunidade de recriar as mais poderosas forças armadas da Europa! Lembram-se do que aconteceu por duas vezes durante o século passado (duas guerras mundiais)? Afinal, talvez os maiores perigos não venham da Rússia, mas dos nossos vizinhos.

Armar rapidamente e em força? (Salazar usou frase semelhante no início da guerra colonial) A paz conquista-se pelo diálogo construtivo e não pela corrida tola ao armamento, como defendem os Lambe-Cus europeus.

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