17/12/2021, 0:00 h
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Se juntarmos jovens e mercado de trabalho na mesma frase muito provavelmente vamos acabar a conversa a falar sobre salários baixos e precariedade. Será justo um jovem recém licenciado ganhar o salário mínimo? Será justo um jovem recém licenciado ter um contrato que em pouco, ou nada, o protege? Será que é justo os recém licenciados não receberem remuneração nos "estágios"?
Expressão também muito usada, repetida e desgastada, é "experiência profissional", seja nas ofertas de emprego, seja nas entrevistas pessoais. Percebo que as empresas, que têm como principal fim o lucro, queiram contratar funcionários que garantam produtividade, contudo, acredito que é igualmente importante criar postos próprios para formar quadros, quadros esses que ao crescerem dentro do ambiente de determinada empresa mais facilmente vão ganhar raízes se virem o seu crescimento recompensado. É verdade que nem todas as empresas do nosso país podem aplicar o referido, muitas poderiam colapsar só por terem este investimento acrescido. Posto isto, fundamental será dizer que a bola não está apenas do lado das empresas, o estado tem a sua quota parte.
Num mundo em que cada vez a circulação de pessoas é mais fácil (salvo excepções, tal como as que a pandemia nos colocou) será que os jovens vão aguentar serem sobvalorizados no seu país de origem ou ao olhar para além fronteiras vão perceber que podem ser reconhecidos (seja monetariamente, seja socialmente) em tantos outros países?
O momento de um verdadeiro compromisso para que a nossa sociedade cresça é agora, um aperto de mãos entre estado e empresas, que signifique reduzir a carga fiscal e aumentar salários. Não aumentar apenas os salários mínimos, mas sim todos os salários. Não pode haver justificação para ganharmos um salário mínimo mensal que é quase 300 euros inferior ao espanhol (já para não falar no salário médio, onde os números se acentuam) muito menos quando os custos de vida dos países referidos são tão semelhantes.
Todo o trabalho legal é digno. Não direi por isso que um licenciado é mais ou melhor que um carpinteiro ( poderia escolher tantas outras profissões que são, muitas vezes, desvalorizadas), direi sim que a nossa sociedade deve premiar o mérito, tanto do primeiro como do segundo. Sermos possuidores de um papel que certifica termos um grau de ensino superior não nos dá o direito, por si só, de reivindicar altos salários, devemos sim perceber que estamos munidos de um instrumento que nos poderá ajudar se o aliarmos ao trabalho, à produtividade. Tudo isto acontecerá se quem nos governa tomar as decisões certas.
Boa festas, boas entradas e os mais sinceros votos de uma melhor qualidade de vida para todos!
Pedro Costa
Presidente da Comissão Política Concelhia da JSD Paços de Ferreira
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