09/05/2025, 10:17 h
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Educação Opinião ROSÁRIO ROCHA
EDUCAÇÃO
Por Rosário Rocha (Professora do AE Frazão)
Muito se fala que cada criança é única. E de facto é: é única para os pais! Cada um dos nossos filhos é tão especial, é o nosso bem mais precioso. É-o desde que nasce…e continua a sê-lo pela vida fora. Tem características muito próprias e ninguém fará o suficiente pela sua criança aos olhos de um pai ou mãe. Então, como e onde matricular o filhote?
Condições físicas das escolas
Atualmente, penso que já não existem escolas com más condições físicas. Pelo menos no concelho de Paços de Ferreira, a Educação Pré-Escolar e o 1º Ciclo funcionam em Centros Escolares similares, com boas condições dos edifícios. Portanto, esse não pode ser o motivo de escolha de uma escola.
Os equipamentos materiais também são equivalentes. As necessidades de acompanhamento, além do horário letivo, também estão asseguradas, pois existe acolhimento e prolongamento, e, para quem necessita, é possível deixar os filhotes desde as 7h30 até às 19h30.
Condições humanas
Também todas as escolas integram recursos humanos: docentes, assistentes e técnicos (psicólogos, terapeutas…). Todos estes recursos são atribuídos mediante o número de alunos, portanto não se pode dizer que uma escola tem muito mais do que as outras.
Claro que, quanto ao potencial humano, pode haver alguma diferença. No entanto, regra geral, as diferenças centram-se entre uma maior ou menor simpatia, entre um maior ou menor dinamismo individual.
Uma das maiores preocupações dos pais é sempre quem vai ser o professor dos filhos, mas nem sempre fazendo contas, vai calhar quem pensam que pode ser. Então, esse não deve ser o fator para escolherem a escola.
Quanto ao capital humano, temos obviamente que referir os alunos e os pais. E, sinceramente, a tónica, do meu ponto de vista, não está nos alunos. Estes, são apenas crianças, que começam um caminho e que, por norma, são os intervenientes mais fáceis no processo. Quanto aos pais, é suficiente que percebam que são parceiros, mas que a escola é para os filhos e é com estes que os profissionais devem perder tempo e com quem devem gastar energia. Claro que os pais são importantíssimos, quando colaboram, quando estão dispostos a ajudar, a dinamizar; nunca são quando “travam” a máquina, quando são quezilentos e picuinhas.
Percebo que os pais têm uma grande necessidade de contacto com a escola, por exemplo, para saber se o filho esteve bem naquele dia, para contar que o filhote até acordou um bocadinho mais agitado, que no dia anterior um colega lhe chamou um nome menos agradável…
Costumo dizer: cada minuto que se perde a ouvir estes lamentos, que são importantíssimos para os pais, é tempo que se tira aos filhos, que são o nosso foco! Portanto, não procurem uma escola porque o professor é muito disponível para os pais, mas em que o seja para os vossos filhos.
Então, que escola escolher?
Depois do que escrevi, parece que são todas iguais. E são quase, mas há pequenas coisas que as distinguem.
Vou elencar dois aspetos que as podem distinguir: dimensão e plano anual de atividades.
Considero que uma escola com menor dimensão é sempre mais humana. É mais fácil saber o nome de 100 crianças do que 700. É mais fácil conhecer as características e problemáticas de 100 crianças do que de 700.
E se todas as escolas têm obrigatoriamente que trabalhar o currículo, ensinar as aprendizagens formais, o plano anual de atividades faz certamente uma enorme diferença, na medida em que concretiza as aprendizagens formais e informais.
E não, não estou a falar em festas! Festas são boas para conviver, e até estabelecer alguns laços entre a comunidade, mas não são as que trazem maiores ganhos ao desenvolvimento da criança.
Numa época em que as crianças passam grande parte do seu tempo na escola, em que após o horário letivo, nomeadamente ao fim de semana, estão ocupados com os desportos ou artes que frequentam, pouco tempo sobra para outras vivências, como, simplesmente, estar ao ar livre e usufruir da natureza.
Pelo exposto anteriormente, do meu ponto de vista o que faz a diferença numa escola é a capacidade com que ela se organiza para complementar as necessidades das crianças. Deve-se privilegiar uma escola que realiza várias atividades pedagógicas com as crianças mostrando-lhe o mundo em contexto, deixando-as descobrir, seja em visitas de estudo, seja com parceiros que se desloquem à escola, seja especialmente explorando a natureza.
Uma escola, que leva a sala de aula para fora de quatro paredes, que troca o quadro e caderno por atividades práticas, é uma escola que se diferencia, é uma escola que tem o foco nos alunos, os principais de toda a organização.
Para terminar, escolham o que é melhor para os vossos filhos (e não para vós), e escolham bem, para evitar depois mudanças a meio do percurso, que isso sim, não é muito benéfico.
E depois de ingressarem no sistema educativo, deixem-nos voar; deixem voar o vosso ser mais precioso junto de todos os outros, igualmente preciosos! Isso chama-se crescer, com a certeza de que eles serão vossos para sempre!
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