O EXERCÍCIO E ATIVIDADE FÍSICA NO COMBATE ÀS INSÓNIAS

Creio que todos temos já experienciado as consequências duma noite mal dormida, ocasionando maior incapacidade de concentração, alguma irritabilidade e muita dificuldade em gerir com otimismo as tarefas que urgem da nossa vida pessoal ou profissional.

Apontam-se como causas de esse “contar de estrelas”, o consumo excessivo e prolongado de certos medicamentos, doses elevadas de cafeina e álcool, refeições consideradas pesadas, estados preocupantes da vida pessoal, visualização de filmes ou tomadas de conhecimento de notícias onde imperam a agressividade e terror, que podem de facto acompanhar estados de tensão e stress nos momentos de repouso.

Sabe-se que a prática do exercício e da atividade física, ao provocar um aumento de níveis corporais de epinefrina e endorfinas, produtos químicos que estão associados às sensações de satisfação e bem-estar, ajudam a preparar o corpo e a mente para uma noite mais descansada e repousante, provocando uma melhoria da qualidade do sono.

Anota-se como aconselhamento que a programação das atividades a realizar nunca deverão ultrapassar as 21 horas, obtendo-se melhores resultados se o trabalho for realizado em regime aeróbio ( pela importância da presença de oxigênio como gasto energético), caminhadas, corridas lentas intervaladas com caminhadas, atividades aquáticas, exercícios de flexibilidade e estiramento prolongado ou yoga, e no final efetuar imersão em banheiras preparadas, associando a combinação de sal com produtos naturais ( camomila, lavanda, alecrim ou manjerona).

Toda esta prática deverá ser realizada em ambiente onde impere a tranquilidade, podendo ser acompanhado de música suave e o uso de técnicas de respiração, visualização e imaginação mental, a que cognomino, de uma magia simulada de descontração e relaxação.

O treino de imaginação e visualização mental, assume-se atualmente como um instrumento extraordinário e válido para a aquisição de um ótimo estado de consciência, simulando e antecipando estados emocionais previsíveis perante a pressão que a vida impõe, e naturalmente nos estados críticos das insónias e outras perturbações mentais se vêm refletidas.

Tendo em atenção a importância deste vetor de treino, que infelizmente ainda se torna pouco conhecido do grande público, irei dedicar um ou dois artigos para apresentar alguns exemplos que podem ser objeto de prática.

Farei isto na próxima edição!...  

Bem Hajam

José Neto: Doutorado em Ciências do Desporto; Docente Universitário; Investigador