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Gazeta Paços de Ferreira

09/02/2025, 2:00 h

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Não Podemos Ser Só Isto

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OPINIÃO POLÍTICA

Estar na rua junto com as pessoas, ouvindo-as, tem destas coisas: o constante lamento e infelicidade tomaram conta de Paços de Ferreira e tornaram-se o quotidiano de quem frequenta e trabalha na nossa terra.

Por Miguel Moreira (Vice-Presidente da JSD Paços de Ferreira)

 

Houve um tempo em que a Capital do Móvel era dinâmica e respirava vida. Os ventos traziam a esperança no desenvolvimento e as noites eram pontilhadas pelo brilho e pela atração que ela proporcionava. Contudo, após doze anos de socialismo em Paços de Ferreira, esse mesmo foi cruel, e aquilo que outrora florescia agora apenas definha sob o peso do esquecimento de um concelho, que tudo tem para ser grande e para marcar toda uma região e até mesmo o país.

 

As ruas, antes cheias de vozes e passos apressados, hoje são corredores vazios, onde o eco de um passado distante se perde entre as lojas, que aqui e ali vão fechando. O comércio local vai definhando, e mesmo que positivo seja a abertura e o desenvolvimento de novos serviços, o pequeno comércio está na rua da amargura e tanta coisa podia ser feita para evitar este desfecho ou, pelo menos, para o atenuar.

 

Recuemos dois meses para a altura do Natal. Ainda hoje, tento encontrar uma explicação para a ausência de uma boa e colorida luz natalícia no nosso concelho, já para não falar da colocação da mesma tarde e a más horas. Ainda hoje, tento encontrar uma explicação para a ausência de dinamização cultural durante o Natal e para a falta de vida nas nossas ruas.

 

Seria uma triangulação de vitórias, ganhava o município (e que bem precisa de ficar bem visto em alguma coisa), ganhavam as pessoas, sobretudo as crianças e, por fim, também por consequência da razão anterior, ganhava o comércio local.

 

 

 

 

Uma coisa leva a outra. Se há vida e movimento numa rua marcada pelas lojas convencionais, isso conduz as pessoas para esses locais e seria um excelente incentivo. Arrisco mesmo a dizer que (e não querendo menosprezar) a falta de visão política empurra mesmo as pessoas para as grandes superfícies comerciais.

 

Comparando o que se passou e se passa nos dias que correm na nossa terra, estamos a ficar muito para trás dos concelhos vizinhos. Não estamos a saber captar as atenções das pessoas, porque não há incentivo para tal. O que ainda vai livrando Paços de Ferreira do esquecimento é o capital humano e cultural do nosso concelho. O dinamismo associativo é notável e reconhecido regionalmente, essa simbiose não pode acabar e é a prova viva de que somos nós, os munícipes, que ainda vamos erguendo o nosso brasão.

 

Aos poucos, vamo-nos convertendo num dormitório da Área Metropolitana do Porto. O que quer que tenha sugado a essência da Capital do Móvel tem que nos fazer refletir que este não é o caminho, que devemos trilhar na elaboração e implementação de políticas públicas.

 

Finalizando, apelo para que se coloquem os pés ao caminho e que exista uma política concelhia alicerçada na proximidade com o cidadão e com os nossos empresários. Esses, sim, estão munidos pelo conhecimento e pela realidade com a qual privam no dia a dia e esses, sim, foram os responsáveis pela minha motivação na escrita deste artigo.

 

É imperativa mais ação, mais agenda cultural, mais envolvimento desportivo, mais cooperação entre entidades e associações. Contudo, esta realidade não mudará se, por exemplo, continuarmos a não realizar os Conselhos Municipais que tão importantes são nestas matérias.

 

Termino dando nota que o da Juventude já não se realiza há mais de um ano.

 

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