Por
Gazeta Paços de Ferreira

12/02/2022, 0:00 h

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  “NÃO É GUERRA, É ECONOMIA – stupid”

Opinião

                                     O Secretário Geral da NATO, Jens Stoltenberg pontificando a recente Cimeira de Bruxelas, apontou a Iniciativa Nato 2030, como o guião para o conceito estratégico do futuro. Para este economista de gema e político, feito estratega militarista, três seriam, no essencial, os indicadores para este objetivo:  - uma sondagem em que 80% de população europeia anseia pela manutenção dessa organização, - o perigo crescente do poderio militar da China e a sua aproximação `à Federação da Rússia, e – a óbvia manutenção de segurança e defesa do Ocidente.

No essencial, o que parece estar em causa é o retorno ao estilo de “guerra fria” e ao incentivar do conflito regional, tão ansiado pela economia militarista (fabrico e venda de armamento) e o militarismo. À destruição bélica, segue-se a reconstrução, que no fundo proporciona o desenvolvimento economicista do sistema capitalista. É sempre assim -foi no Iraque e na Líbia, é no Afeganistão e em Gaza. Manter um permanente estado de alerta faz parte de estratégia. E onde está então o perigo? É no crescente poderio económico chinês e na Federação Russa erroneamente tida como um polo do sovietismo. Neste ponto é bom não olvidar que a Nato data de 04. Abril.1949 e o Pacto de Varsóvia (já extinto) surgiu em 14. Maio 1955 (cada um que tire as pertinentes conclusões).  

Sem entrar em grandes parangonas, importa sublinhar que o próprio desenvolvimento económico que se vem registando particularmente na China, esta será, por isso mesmo, a menos interessada em se aventurar num conflito bélico. Ninguém nem qualquer país quer uma guerra – nem mesmo os EUA e menos ainda a EU ou a China ou a Rússia. Ninguém pretende destruir ou pôr em causa o caminho para o seu bem - estar, antes, procuram cada vez mais assegurar uma vivência equilibrada numa crescente dinâmica produtiva. Os povos repudiam e estão cansados das calamidades humanas, para não falar das climatéricas a que todos estamos sujeitos, sem, todavia, podermos reagir convenientemente. Se, até ao presente o mundo tem sido palco de instabilidade e enfrentamentos bélicos, a verdade é que ansia por caminhar rumo a uma vivência onde o homem seja cada vez menos lobo do homem.

Neste contexto o Sr. Jens Stoltenberg prestaria melhor serviço se, em vez de acenar com perigos dantescos, fizesse a distinção entre o que é uma ameaça e o que é uma autodefesa. Os desentendimentos são passíveis de soluções dialogantes e do respeito pelos direitos humanos. A quem pode interessar este permanente estado de tensão e alarmismo da NATO?  

António Bernardo Colaço,

(Juiz – conselheiro do STJ – jubilado)

 

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