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Gazeta Paços de Ferreira

06/02/2025, 10:46 h

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Não a mais despesas para a guerra

Destaque Editorial

EDITORIAL

Portugal está inserido na União Europeia e tem vindo a ser submetido a decisões desta estrutura, sediada em Bruxelas, que nem sempre levam em conta os reais interesses dos portugueses.

Por Álvaro Neto (Diretor da Gazeta de Paços de Ferreira)

 

A presença nesta estrutura burocrática de cidadãos/políticos portugueses, como foi o caso de Durão Barroso e são atualmente os de António Costa e de Maria Luís Albuquerque não altera em nada essa relação de forças.
 

A conjuntura internacional, com a Guerra na Ucrânia e a subordinação da União Europeia aos interesses estratégicos dos Estados Unidos, através da NATO, vem criar, ou pode criar, uma situação muito difícil para os portugueses, se os nossos governantes se submeterem às imposições da União Europeia/NATO, nos termos em que se estão a “desenhar”.
 

Desde há alguns meses a esta parte que se vem criando um certo “ambiente de guerra”, com o objetivo de os povos europeus aceitarem um aumento acentuado das despesas orçamentais no domínio da Defesa, para suportar a Guerra na Ucrânia.
 

Para o efeito, cria-se uma situação de medo, pois "os russos vêm aí ", se não os retivermos nas atuais fronteiras, e fomenta- se o sentimento “russófobo”, isto é a aversão à Rússia e a tudo quanto seja russo: dirigentes, cidadãos, atletas, artistas, escritores, que se vai traduzindo em boicotes desportivos,  culturais, e outros; agressões e discriminações a cidadãos.
 

 

 

 

Donald Trump, atual ocupante da cadeira imperial estado-unidense, na sua linguagem clara de dono da “quinta”, já avisou os “caseiros” da União Europeia/NATO que era necessário aumentar substancialmente os seus contributos para a Defesa -  5% do PIB para despesas militares (a gastar, tanto quanto possível, na aquisição de armamento às empresas americanas integrantes do poderoso complexo militar industrial… que não pode viver sem guerras).
 

O seu caixeiro viajante, no exercício de funções de secretariado Geral da NATO, Mark Rutte, afadiga-se a convencer os dirigentes europeus para o aumento dessas despesas com as armas e já visitou Portugal, tendo o nosso Primeiro- Ministro Luis Montenegro mostrado simpatia com a ideia.

 

Mas é preciso dizer-se claramente que esta orientação é contrária à Paz e aos interesses dos portugueses.

 

A Paz e a Segurança obtêm-se com diplomacia, solução política dos conflitos, acordos com vista ao desarmamento, respeito pelos princípios da Carta das Nações Unidas e do direito internacional.

 

Esta orientação de mais despesa militar implicará, forçosamente, mais cortes na Saúde, na Educação, nas pensões, nas prestações sociais, nos serviços públicos, na Segurança Social, na habitação - em claro prejuízo para os cidadãos portugueses.

 

 

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