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Gazeta Paços de Ferreira

10/02/2022, 0:00 h

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Mude-se o ponto para o stress positivo

Opinião

O exercício físico, a exposição do corpo ao calor ou imersão deste em água gelada, uma declaração a alguém por quem se está apaixonado, a aprendizagem de uma nova língua ou tentar algo novo são alguns exemplos de stress positivo.

Há diferentes tipos de stress. O stress psicológico crônico que todos tendemos a experimentar quando estamos bloqueados no trânsito, quando temos uma interminável to do list e continuamos a adicionar itens sem fazer check nos anteriores, quando estamos a falar em trabalho antes de dormir ou ainda recebemos uma chamadinha não calorosa às 23h.

Tais situações mexem internamente connosco disparando a nossa frequência cardíaca. Perante tal podemos dizer que estamos em activação simpática, ou seja, em alerta. E um corpo em alerta espera o pior, é envolvido pelo medo e já não relaxa. Abandona o seu bem-estar, o seu amor-próprio, auto-cuidado e apenas se preocupa com a sobrevivência. E vivendo em modo sobrevivência todos os recursos são poupados. Ou seja, toda a energia que entra através do alimento, toda a glicose é armazenada. E em vez de tal nos dar energia para nos movermos, para nos amarmos e tratarmos de nós fazendo exercício ou decidindo ir espairecer, meditar e praticar respiração consciente profunda, não... ficamos tão cansados que não temos energia para nada. E tudo na nossa mente parece ser visto sob um grande nevoeiro que não levanta o véu. Estamos em stress psicológico crónico.

Precisamos de trocar pelo stress positivo.

O exercício físico, a exposição do corpo ao calor ou imersão deste em água gelada, uma declaração a alguém por quem se está apaixonado, a aprendizagem de uma nova língua ou tentar algo novo são alguns exemplos de stress positivo. Estes são estímulos que tecnicamente stressam o nosso corpo mas, em simultâneo, ajudam-no a tornar-se mais forte a longo prazo. O stress positivo apresenta resultados tão benéficos que o classificaram de hormese. Ou seja, “tudo é veneno, nada existe que não seja veneno. É a dose que faz com que não seja veneno” ou “a dose faz o veneno.”

O que produz a hormese é tudo o que desafia o corpo atirando-o, temporariamente, para um estado de mau funcionamento. Ou seja, o corpo desenvolve uma resposta adaptativa ao stress a nível celular. As células aumentam a sua capacidade para lidar com situações que exigem o aumento da energia celular e as modulam ao enfrentar uma situação nova. Tal torna o corpo mais adaptável, mais resiliente e resistente à doença. Desde que o estímulo seja controlado no tempo, ou seja, sempre que seja dado tempo ao corpo de recuperar do stress, relaxar e permitir que o corpo integre esse novo antes de propor outro, o corpo irá emergir mais forte e adaptável. Contrabalançamos o stress psicológico crónico desafiando o corpo com stress positivo. Há quanto tempo não se desafia?

 

Marta Gomes

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