10/05/2025, 10:10 h
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Opinião Opinião Politica Ricardo Neto
OPINIÃO
Por Ricardo Jorge Neto
No dia 16 de março, na partida de futebol entre o Arda Kardzhali e o Levski Sofia, para a liga búlgara, o Kardzhali homenageou um antigo jogador do clube chamado Petko Ganchev.
As equipas entraram em campo, com a curiosidade do Levski Sofia apresentar a titular o jogador Aldair, que já passou pelo Paços de Ferreira sem sucesso, e com as três equipas porfiadas no círculo central, cumpriu-se com todo o respeito o minuto de silêncio pelo falecimento de Petko…
Em casa de Pekto Ganchev, o telefone tocou! A esposa de Petko atendeu e, do outro lado, dizem-lhe que o seu marido morrera!
A senhora ficou em choque! Petko Ganchev tinha ido trabalhar, mas já deveria estar em casa, porque ele nunca perde uma partida do seu amado Arda Kardzhali… e ele não estava em casa. A sua esposa desfez-se em lágrimas!
Nisto um carro chega, era Pekto Ganchev e, de repente, a sua esposa irrompe na sua direção em lágrimas, e exclama: ‘’Petko, Petko, na televisão anunciaram que tinhas morrido!’’
Tudo não passara dum lamentável equívoco e Petko, que nesse dia se atrasara, estava vivo e bem vivo!
O clube de Kardzhali desfez o equívoco e, antes do jogo terminar, publicou nas redes sociais que Petko estava vivo, desejando-lhe muitos anos vida!
Petko Ganchev ainda disse à imprensa que, enquanto ouvia notícias sobre a sua morte, aproveitou para beber um brandy, porque ser enterrado vivo era algo muito stressante…
Com níveis de elevado stress, foi também a forma como assisti ao aparecimento nas comemorações do 25 de Abril, de grupos de extrema-direita, exaltando o nome de Salazar, enquanto espalhavam um pouco do aroma bafiento e violento do Estado Novo.
Dia da Revolução de Abril não é dia de silêncios, o dia de festejar algo tão formidável como é a liberdade, mas, infelizmente, neste dia, não podemos celebrar um minuto de silêncio pela morte do fascismo!
O fascismo não morreu, este manteve-se latente numa sociedade, que viveu demasiados anos em ditadura fascista e que desenvolveu uma espécie de síndrome de Estocolmo, ou seja, uma parte da sociedade, que viveu oprimida e sequestrada pela ditadura, acabou por gostar do agressor!
Os movimentos violentos da extrema-direita fascista e neonazi sempre existiram, mas não eram aceites na opinião pública e, assim, escondiam-se nas sombras.
Mas em 2019, com o surgir da extrema-direita populista, que já habita a Assembleia da República, a caixa de Pandora do ódio destes movimentos libertou-se!
A luta pela democracia faz-se todos os dias, e por mais luz que se traga para a sociedade, há sempre cantos escuros onde a ignorância, o ódio, o medo e a violência proliferam!
Nunca anunciemos a morte do fascismo, porque este encontrará sempre forma de reaparecer, nem que seja de forma casuística e simbólica, como foi o apagão de 28 de Abril, que colocou Portugal na escuridão, no dia em que Oliveira Salazar faria anos (felizmente este, morreu mesmo)!
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