21/10/2021, 0:00 h
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A matéria da descentralização, do desenvolvimento do interior e das pequenas cidades tornou-se um clichê na vida política e social. Uma arma de arremesso eleitoral, que alimenta a esperança da sociedade, mas que se perpetua no tempo, sem concretizações.
Temos um interior vasto. Quase tudo em Portugal começa a ser interior e sem desenvolvimento. É já crónica a falta de alicerces para manter as pessoas, em especial jovens, no verdadeiro interior do país. Há falta de tudo, investimento, emprego, saúde, serviços, entre tantas outras.
Na minha perspetiva, é inconcebível que uma terra a 20 quilómetros de Lisboa ou Porto ainda tenha tantos défices básicos, que possa ser considerado interior, pois, em comparação com cidades do “verdadeiro” interior, seja tão pouco desenvolvida.
É inconcebível que os nossos empresários tenham quase obrigatoriamente de se deslocar às grandes cidades para se promoverem e para se internacionalizarem.
A nossa terra é conhecida pela área do mobiliário, sendo que o seu ex-líbris é o mote da “Capital do Móvel”, e a mim choca-me que percamos o que é nosso para as mesmas.
Na circunstância falo da “Feira da Capital do Móvel”.
Desenvolvendo mais esta questão, não me choca que Lisboa tenha recebido, neste mesmo ano a nossa feira, choca-me é que não tenham sido desenvolvidos esforços para também se realizar uma em Paços de Ferreira, ou que em Lisboa, no mínimo, existisse uma banca ou spot a promover a terra da capital do móvel.
Inconcebível!
Dou, por isso, o exemplo de outra medida que alimenta esperanças com o intuito apenas de ganhos eleitorais: a vinda do comboio, albergando Paços de Ferreira.
Rios de dinheiro foram gastos em supostos estudos sem nunca haver uma conclusão definitiva. Esse mesmo podia ser aplicado na construção de condições para que, por exemplo, uma universidade se localizasse aqui na minha terra.
Um polo universitário cá traria um desenvolvimento exorbitante e daria uma maior centralidade e vida à minha terra e, quem sabe, se não seria o primeiro passo para efetivamente termos a tão ansiada via férrea.
As populações do interior e das cidades menos desenvolvidas não são menos que as outras, não são pessoas que apenas pensam em tudo menos em trabalhar, são sim pessoas de respeito e que têm que construir, além da sua vida, o seu próprio elevador social.
As casas não se constroem a começar pelo teto, e este mote deve conduzir os decisores políticos de como devem olhar para Portugal, devem fomentar e reforçar os apoios locais para esses se desenvolverem, para assim se reforçar o panorama nacional.
Sem autarquias fortes, não há governo central forte. Desenvolvimento é impreterível.
Miguel Moreira, JSD
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