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Gazeta Paços de Ferreira

02/02/2025, 0:00 h

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LESÕES As piores inimigas do atleta!... 3ª Parte

Desporto José Neto Opinião

DESPORTO

Como fatores mais predisponentes para o aparecimento de lesões, poderemos enquadrá-los em 3 grupos

Por José Neto (Doutorado em Ciências do Desporto; Docente Universitário; Investigador)

 

São eles:

 

 

1 - Fatores de risco intrínsecos – relacionados com as caraterísticas do próprio indivíduo, onde podemos  destacar a avaliação das contra indicações médicas; a idade e o sexo; condição física e domínio da tarefa; morfotipo e composição corporal; fatores psicológicos e sociológicos.
 

 

2 - Fatores de risco extrínsecos – relacionados com as caraterísticas do meio envolvente, onde podemos inserir as condições atmosféricas e fusos horários; o equipamento; o planeamento do treino; instalações desportivas e higiene.

 


3 - Fatores de risco relacionados com a atividade de prática desportiva.
 

 

De todos estes fatores e não pretendendo ser exaustivo no seu desenvolvimento, poderei deixar algumas notas de referência contextual, no sentido de reflexão e alerta.
 

 

No que se refere aos fatores mentais, a incapacidade de concentração e de descontrolo emocional, associado por vezes aos excessos de motivação no sentido de tentar colocar à prova evidências ainda não disponíveis, podem originar estados de lesões que se podem tornar de alta gravidade em termos de recidivas.
 

 

Em relação à idade e sexo, podem referir-se algumas condicionantes, em especial às crianças e jovens que estão mais predisponentes às lesões músculo esqueléticas, devido a micro traumatismos de repetição em exagero ao nível de um osso em crescimento. É necessário conhecer as potencialidades do organismo dos jovens no sentido de detetar, selecionar e orientar possíveis talentos na perseguição dos mais altos níveis de rendimento e as implicações existentes entre a idade cronológica e maturacional, salientando-se os perigos da especialização precoce, usando e abusando das cargas como se uma criança fosse um adulto em miniatura.
 

 

 

 

Em relação à mulher, deve-se estar atento às diferenças morfológicas e funcionais (massa óssea, débito cardíaco, adiposidade, etc…) e sua capacidade se adaptação à exigência física atlética.
 

 

No que se refere às condições atmosféricas e fusos horários, sabe-se que perante climas de baixas temperaturas ou temperaturas elevas por vezes associadas a altas taxas de humidade, poderá ocorrer um síndrome elevado de lesões, quer por contração espontânea do músculo, quer por desequilíbrio hidro electrolítico.

 


No caso das adaptações do organismo aos fusos horários, importa anotar uma dissociação dos ritmos diários das funções psico-fisiológicas correspondentes a um dia por cada fuso. Alguns autores definem que a hora de dormir e acordar e a enquadrar a atividade intelectual e psicomotora normaliza de 1 a 5 dias, sendo necessário de 7 a 10 dias para boa capacidade de resposta às básicas exigências para o treino, demorando 2 a 3 semanas a atingir o máximo de competências para o sucesso. Alterando esta estratégia, teremos a porta aberta para possíveis estados críticos, onde a lesão espreita.
 

 

Ultrapassando o fenómeno do planeamento e periodização do treino (matéria substancialmente específica para um artigo desta natureza), terminamos referindo as condições de prática desportiva como um elemento predisponente para o aparecimento das lesões. Pisos mal tratados, irregulares e outros com dificuldade de aderência; a falta de material protetor ou uso de material inadequado; alterações sucessivas do uso de relva natural com a utilização do piso sintético; o conforto ou não pelo uso de calçado desportivo, sujeito às mais diversas incursões na absorção às cargas constantes nos deslocamentos e pelas alterações biomecânicas na execução do gesto desportivo; o uso de fibras e impermeáveis originado dificuldades respiratórias, tudo são razões a ter em conta para o aparecimento de lesões no praticante desportivo. (continua)

 

 

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