04/03/2024, 0:00 h
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Educação Opinião ROSÁRIO ROCHA
EDUCAÇÃO
Por Rosário Rocha (Professora do AE Frazão)
COMENTÁRIO EDUCAÇÃO
Vou abordando sistematicamente a importância da aprendizagem em contexto, fora da sala de aula, no meio local.
Nas redes sociais vemos páginas relacionadas com a educação onde encontramos frequentemente a procura de “escolas alternativas” por parte de encarregados de educação. E, nessa procura, o que é pretendido constantemente são escolas que trabalhem na natureza ou fora da sala de aula. Os leitores lá vão dando sugestões que incidem frequentemente em colégios privados que certamente usam o lema da aprendizagem no exterior.
Aprendizagem na natureza
A aprendizagem fora dos portões da escola vai ganhando adeptos e, desconhecendo a realidade das escolas privadas das redondezas, afirmo-o que vai acontecendo felizmente nas escolas públicas.
Cada vez mais há turmas que frequentemente saem ao exterior para explorar, conhecer e aprender. Na natureza adquirem uma série de competências que depois trabalham também dentro da sala de aula.
Aprender ao ar livre não significa que toda a aprendizagem se faz lá fora e de forma mais leve. Não significa também simplesmente colocar uma mesa no recreio e trabalhar lá. Não! Significa essencialmente aproveitar pedagogicamente os recursos ao nosso redor e partir dos mesmos para aprendizagens significativas. Essa aprendizagem beneficia da aplicação dos vários sentidos da criança, nomeadamente a visão, audição, tato e até o olfato.
Contudo a sala de aula continua a ser necessária para sistematizar, para reforçar, para consolidar as aprendizagens. Nunca se pode abdicar da parte “mais chata”, de treinar a escrita ou tudo o que a mesma envolve. Tem que haver um equilíbrio entre sala de aula e exterior. Vou usar uma expressão que acho que se aplica: no exterior semeia-se e na sala colhe-se.
Plano Municipal
Para quem gosta de “semear” no exterior, ou seja, de explorar o meio, sabe que às vezes os constrangimentos são grandes. Exige muito mais planificação uma simples saída do que trabalhar uma semana em sala de aula, protegido. É a questão do seguro escolar, dos transportes, das marcações aos sítios que queremos ir, e muitas vezes nem saber bem como conseguir realizar algumas atividades.
Pois neste artigo quero referir que, para mim que sou adepta da metodologia de trabalho no exterior, tenho tido bons aliados.
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Começo por referir o Agrupamento em si, que nos incentiva a tal e não manifesta qualquer bloqueio. Em seguida, destaco o Plano de Atividades Municipal de Educação e o Observatório Ambiental, também Municipal. As Escolas têm ao seu dispor uma panóplia de atividades diversificadas e muito boas este ano letivo. Destaco, entre tantas, o Planetário, o Vamos tratar os nossos Brinquedos, o Teatro sobre a igualdade de Género, a Rota do Românico (que ainda deverá ser alargada a todos), e todas as atividades realizadas em parceria com a Biblioteca Municipal.
Num tempo em que as crianças manifestam cada vez mais resistência à leitura, proporcionar às nossas crianças atividades como As Velhas Histórias nos novos tempos ou o “Arco-íris da leitura: No mundo das Histórias”, é abrir-lhes a mente e guiá-los no mundo da imaginação.
Quanto ao Observatório Ambiental, permitem-nos trabalhar a questão dos resíduos, as temáticas dos bichos e plantas e até construir charcos ou abrigos para animais silvestres. Todas estas atividades já estão pedagogicamente estruturadas pelos serviços, não necessitando a Escola de nenhum recurso ou material, pois estão automaticamente assegurados.
Parcerias fundamentais
O que quero destacar é essencialmente que as Escolas têm uma janela aberta de oportunidades que devem aproveitar. Temos ao nosso dispor atividades já planificadas no Plano Municipal e no Observatório Ambiental que são riquíssimas!
Devo ainda salientar que temos também um Serviço de Educação que nos apoia na marcação de muitas outras saídas que não estejam previstas por eles. Às vezes articular com as diferentes instituições exige tempo e nem sempre é fácil, mas basta um pedido do que se pretende e o serviço Educativo agiliza e auxilia.
Também as nossas Juntas de Freguesia, dentro das suas limitações, se mostram sempre disponíveis e colaborantes.
E, com tantas parcerias, com tantas oportunidades, é fundamental que as aproveitemos e que propiciemos aos nossos alunos aprendizagens em contexto, diversificadas, enriquecedoras e abrangentes.
A Escola Pública tem finalmente muitas condições e oportunidades de uma aprendizagem de qualidade!
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