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Gazeta Paços de Ferreira

28/07/2024, 0:00 h

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Isto vai de mal a pior

Joaquim Leal Opinião

OPINIÃO

Aumenta a corrida ao armamento mais do que a crise climática (e esta não é pequena), assim como o perigo real duma guerra global capaz de varrer a espécie humana da face da terra num piscar de olhos.

Por Joaquim António Leal

OPINIÃO

 

 

Não, não é o tempo, a redução do ano a duas estações, verão e inverno, que me preocupam. Não é que as alterações climáticas sejam de menosprezar (bem pelo contrário), mas só os da geração vindoura é que vão pagar a sério pelo nosso desmazelo, pela nossa inconsciência. Falo do resto, das consequências mais imediatas de atos impensados (ou demasiado pensados por cabeças burras), de atitudes de governantes, que não hesitam em colocar as vidas dos outros em risco para satisfação de interesses duvidosos e motivos fúteis.

 

 

Se me concentro na saúde, atinge-me o desespero pelo encerramento de serviços de urgência, porque não há pessoal médico para atender os doentes; e aflijo-me com o INEM que já vai no terceiro presidente com este governo, e, à exceção do militar empossado por estes dias, todos rejeitam o cargo por não lhes garantirem condições para prestar o serviço que os cidadãos merecem e necessitam. E sofre-se e morre-se por causa disto.

 

 

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Não são de pouca monta os problemas acima enumerados, contudo, vendo o nosso precioso planeta como um todo, não posso deixar de sentir um calafrio a percorrer-me a espinha. A Rússia invade a Ucrânia e os países da NATO berram em coro contra o invasor. Nada a reclamar quanto à berraria. Todavia, basta-nos o bom senso para entendermos que quando nos deparamos com uma contenda não devemos meter-nos ao barulho, mas acalmar as partes, evitar o alastramento da zanga. Mas que fazem os Estados Unidos e os países ocidentais? Tomam partido imediato, ameaçam, aplicam represálias, recusam sentar os dois litigantes numa mesa para negociarem. E, assim, cada lado não se contém, antes procura novos aliados para a sua guerra, a Rússia atraindo (inesperadamente?) o apoio da China, e os Estados Unidos o alinhamento bélico da maioria dos governos europeus. Bom vai o negócio das armas, com as fábricas de alguns países beligerantes a produzirem no máximo das suas capacidades. Aumenta a corrida ao armamento mais do que a crise climática (e esta não é pequena), assim como o perigo real duma guerra global capaz de varrer a espécie humana da face da terra num piscar de olhos.

 

 

Senhores governantes, ou se conversa e se chega a uma solução de compromisso, ou isto, que já vai mal, tornar-se-á muito pior.

 

 

 

 

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