10/04/2022, 0:00 h
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Cada vez mais se ouve falar do jejum intermitente. Quer seja na rádio, na televisão, nas redes sociais e até entre amigos ou conhecidos por mero acaso. Parece que o jejum intermitente está em todo o lado e nos surge como um sinal de que, talvez, fosse bom experimentarmos.
O jejum intuitivo é um termo usado pelo Dr Will Cole. Achei super interessante quando encontrei este termo e procurei ler sobre a sua forma de pensar. A intuição pede-nos que desliguemos o nosso lado racional. A intuição pede-nos que nos desliguemos das obrigações, das regras, do que é igual para todos e leva-nos a que a nossa própria voz seja ouvida. Ou seja, porque é que hei-de comer sempre às 9h da manhã se não sinto fome? Hei-de comer às 9h da manhã porque depois até ao horário de almoço estipulado não vou ter tempo para comer? Estou já a colocar a reserva no sistema porque já estou a “sofrer” por antecipação por não ter esse momento relaxado para comer? E porque tenho que estritamente almoçar às 13h ou às 14h? Porque não posso fazê-lo às 15h ou às 16h? É aqui que surge a intuição… o desligar das regras dos horários e sentir o que o corpo vai pedindo e quando.
Se é fácil fazê-lo do dia para a noite? Não. Se é fácil fazê-lo quando estamos envolvidos numa alimentação inflamatória de constante pão, bolachas, tostas, leite, bolos, cafés com açúcar? Não.
Quando o corpo está desequilibrado pode ser muito difícil discernir o que o corpo realmente precisa. Há pouca clareza. Não sabemos se é intuição ou desejo. Se é intuição ou desequilíbrio hormonal.
Primeiro necessitamos de uma modulação da alimentação para que tal seja possível.
Para além disso, o que quase ninguém nos diz é que, comer sempre, mesmo que seja uma pequena quantidade, custa-nos caro. A digestão implica muita energia o que vai interferir com outros processos corporais importantes. Por exemplo, no Inverno precisamos de sangue mais ao nível da pele para nos manter a boa temperatura corporal. Se, nesta época, escolhemos alimentos de difícil digestão ou estamos constantemente a comer vamos estar, constantemente, a requerer mais fluxo sanguíneo no tubo digestivo. Ou seja, vamos desviar a energia para o tubo digestivo quando precisamos dela no processo de manter a nossa temperatura corporal.
Para além disso, quando estamos em stress crónico (como o que mais vivemos actualmente) o nosso corpo tende a acumular gordura na região abdominal. Esta tem o nome de gordura visceral. É uma gordura carregada de marcadores inflamatórios ao contrário da gordura subcutânea. O stress crónico faz-nos armazenar. É o tal “vou comer agora porque depois não vou conseguir”. Ou seja, a ingestão de alimento não é só uma questão nutricional, não é só uma questão de dieta. É, cada vez mais, determinante da relação e respeito pelo nosso corpo.
E para mudar só precisamos do pequeno passo de experimentar para ver se comigo funciona.
Marta Gomes
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