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Gazeta Paços de Ferreira

13/04/2022, 0:00 h

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INFELIZMENTE, A GUERRA PERDURA

Opinião Partido Comunista

Há interesses e atores que, mesmo escondidos com o rabo de fora, querem perpetuar a guerra.

E, contudo, não há solução aceitável que não passe por negociações, compromissos, cessar-fogo e Paz.

A muito desejada Paz tarda a acontecer. À Guerra Civil iniciada em 2014, e à recente e condenável invasão da Rússia em território ucraniano, com os antecedentes e envolvimentos conhecidos, sucede-se um demasiado longo período de guerra, de destruição e de sofrimento, que não parece ter tendência a terminar.

Há interesses e atores que, mesmo escondidos com o rabo de fora, querem perpetuar a guerra.

E, contudo, não há solução aceitável que não passe por negociações, compromissos, cessar-fogo e Paz.

Esta guerra não é (e nunca será!) limpa, moral, justa, tolerável, asséptica. Provoca mortos, milhões de refugiados e deslocados, e muitos milhões empobrecidos. Tem já uma dimensão continental, independentemente de o campo de batalha ser aparentemente mais restrito.

É uma guerra sobretudo militar, mas com componente política, económica, mediática, entre potências capitalistas. Não é uma guerra ideológica, embora alicerçada em pressupostos de segurança, de identidade, em alinhamentos históricos, que muitos subavaliaram. 

Não me assumo como pró-russo nem pró-Putin. Não me identifico com o regime de Kiev, com o seu percurso, irresponsabilidades e cumplicidades.

Não encontro aqui heróis.

A guerra terminará quando? Quando houver um vencedor claro, ou quando Putin quiser ou quando Biden decidir? Quando houver uma sobrecarga intolerável nos Orçamentos da Defesa dos países? Quando alastrar a outras latitudes?

Esperemos que não.

Julgo que em última análise serão os povos, russos e ucranianos, mas também os povos europeus, quem levantará a voz e dirá não às armas, e dirá BASTA!

Aos 45 dias de guerra, interessa pouco a narrativa maniqueísta, dos bons e dos maus, das vítimas e dos agressores, de um pensamento pré-cozinhado, e acima de tudo único.

Mas a grande maioria dos líderes e estruturas representativas ocidentais pensam quee atos simbólicos ou “ruídos” resolvem alguma coisa.

Interessa também pouco a sonegação de informação ou da pluralidade de fontes, por incompetência ou manipulação. Ou as decisões politicamente motivadas por razões de ganhos eleitorais internos.

Interessaria, sim, perceber com lucidez o quadro existente de uma global interdependência energética, de abastecimento de importantes cadeias alimentares, e de contatos científicos e que é necessário preservar agora e no futuro. Já se quebraram demasiadas pontes, ligações, elos.

O futuro pode surgir perigoso.

 

Cristiano Ribeiro

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