11/10/2022, 0:00 h
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Quem sabotou os gasodutos? Quais os autores desses atos de terrorismo? De que guerra se trata atualmente e com que protagonistas? As perguntas são variadas e carecem de resposta urgente, embora se saiba que muitos não as querem dar. Avancemos com as certezas.
A explosão de quatro seções dos gasodutos Nord Stream e Nord Stream 2 não foi acidental. O ato ocorreu no Mar Báltico, em águas internacionais, junto da ilha dinamarquesa de Borholm. Os gasodutos são submarinos, assentes no fundo do mar â profundidade de 60 metros, São construções de cimento armado com aço, que as torna indestrutíveis sem cargas explosivas potentes. Para o fazer só utilizando drones submarinos modificados, numa operação militar sofisticada, envolvendo vários atores.
Quem o poderia cometer e porquê? Como proceder a uma investigação imparcial? Quem lucra com o terrorismo no contexto atual da guerra Ucrânia / NATO contra a Rússia?
Não é difícil apontar hipóteses com alta probabilidade de acertar. Os Estados Unidos através das declarações do senil Biden e da menos senil Victoria Nuland ameaçaram com medidas que obstaculizassem a entrada em funcionamento dos gasodutos, perante o silêncio impotente de Berlim. Os interesses norte-americanos são explícitos: a Europa deve ser fornecida de gás natural liquefeito pelo outro lado do Atlântico através de barcos, doa a quem doer, a preço especulativo, altamente lucrativo; a Europa deve abandonar por razões geopolíticas conjunturais e estruturais as fontes de energia russa, mesmo que sejam quatro vezes mais baratas. O diktat norte-americano não engana. O ex-ministro dos Negócios Estrangeiros polaco e atual eurodeputado, Sikorsky, regozijou-se com o acontecido, parabenizando os USA. Sabe-se que os idiotas são claros e transparentes.
Qual o grau de comprovação da autoria da sabotagem podemos ter? Haverá dúvidas?
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A existência de satélites e outros meios de monotorização eletrónica em área tão sensível, o esclareceria, se para tal houvesse vontade. O Mar Báltico, que alguns já caraterizaram como Mar NATO com a adesão da Finlândia e Suécia, é vigiado 24 horas por dia pela inteligência e militares dos Estados Unidos, com helicópteros americanos Blackhawk, presentes nos chamados Países Bálticos. Todas as potências mundiais o sabem e portanto a autoria, embora não divulgada, será conhecida. O secretário-geral da ONU, essa instituição referida muitas vezes como guardiã do Direito Internacional, sabe mas hipocritamente não o revela. O governo português, idem.
Porquê agora?
A atual guerra político-militar tem uma dimensão económica global, com a extensão a corredores económicos de acesso a matérias-primas ou a linhas de distribuição de alimentos ou outros produtos. O poder político russo quereria vender petróleo e gás natural à Europa. Se o não quisesse, bastava fechar as válvulas dos gasodutos. A Alemanha não desdenharia ajudar a solucionar os problemas políticos e técnicos dos dois gasodutos, sendo proprietário do sistema e destinatário. Os investimentos alemães efectuados nos gasodutos e a sua vulnerabilidade energética atual colocam a Alemanha numa posição muito diferenciada perante a guerra e suas consequências. A Alemanha percebeu que a NATO manda pela primeira vez em Bruxelas e esmaga a sua economia. Merkl já o afirmou implicitamente agora.
No mesmo dia da sabotagem foi anunciado um gasoduto, o Baltic Pipe, unindo Noruega, Dinamarca e Polonia, com um afluxo de gás previsível de 15% dos gasodutos russo-alemães. E aqui a Polónia aparece como uma potência emergente no contexto ocidental, com a sua russofobia endémica, o conservadorismo católico fascizante, o ressentimento reprimido do seu passado histórico, os desmandos de exigências de reparação por danos à Alemanha e à Rússia, o abastecimento de gás garantido para si, as ambições territoriais no oeste da Ucrânia.
Quem procedeu à sabotagem terrorista?
Não tenho dúvidas que norte-americanos, polacos, suecos e dinamarqueses, cada quais com suas competências especificas, são os autores materiais. A História o reconhecerá, estou certo. E está aberta a caixa de Pandora para outros atos, com outros protagonistas. Os loucos andam á solta.
Cristiano Ribeiro
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