08/01/2022, 0:00 h
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As cefaleias, vulgarmente conhecidas como dores de cabeça, são patologias muito frequentes na clínica e uma das mais frequentes a nível mundial, apresentando-se como uma das principais causas de incapacidade em idade reprodutiva. A enxaqueca é um tipo de cefaleia comum, manifestando-se por episódios de dor intensos intervalados por períodos sem sintomas. De um modo geral, inicia-se entre os 15 e os 40 anos, mas pode aparecer na infância. Se só surgir depois dos 45 anos devem ser excluídas outras causas. É mais comum no sexo feminino e é a primeira causa de incapacidade na população jovem, com manifesto impacto na qualidade de vida, interferindo a nível pessoal, profissional e social.
A enxaqueca pode ocorrer sem ou com aura. Esta última caracteriza-se por alteração da visão, como aparecimento de pequenos pontos luminosos ou embaçamento dos limites do campo de visão, seguida por uma dor de cabeça forte e constante. Além das sensações visuais, a enxaqueca com aura pode também manifestar alterações da sensibilidade, transpiração excessiva, náuseas, ou outros. O aparecimento da enxaqueca pode, ou não, associar-se a fatores desencadeantes, como variações hormonais (período menstrual); alteração do padrão habitual do sono; estímulos sensoriais (luzes e sons); jejum prolongado ou certos alimentos (café, chocolate, vinho); período de stress, ou outros.
A realização de um Calendário das Enxaquecas, para anotar os dias e duração das crises, é fácil de concretizar e muito útil para o correto diagnóstico, bem como orientação e tratamento. O tratamento da enxaqueca pode ser farmacológico ou não. O tratamento farmacológico deve ser discutido com o Médico Assistente, para definir o esquema terapêutico mais adequado ao doente. Contudo, existem tratamentos não farmacológicos, com evidência científica, que podem e devem ser adotados pelos doentes com enxaqueca para a prevenção das crises. Destaca-se: mudança de hábitos e estilo de vida, com promoção de uma alimentação saudável e equilibrada, acompanhada de atividade física; identificação e evicção de possíveis desencadeantes; e, com menos evidência, técnicas de relaxamento, acupuntura, entre outros.
É possível prevenir as crises e melhorar a qualidade de vida do doente com enxaqueca.
Se sofre de enxaqueca, registe num calendário, adote um estilo de vida saudável, mude hábitos alimentares menos saudáveis, pratique exercício físico, e consulte o seu Médico Assistente. Cuide da sua saúde e melhore a sua qualidade de vida!
Maria Inês Durães, Interna de Medicina Geral e Familiar
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